No lombo da corça, me sentia satisfeita e de alguma forma, mais completa. Admirava as paisagens urbanas e naturais no percurso, fascinada com o crescimento das cidades ao logno dos anos. a arquitetura, as vestes, os automóveis... Tudo mudava a cada poucas décadas, de forma que sempre parecia um lugar mais ou menos novo, sempre diferente. Mas havia ali uma ancestralidade nostalgica que parecia ter o próprio cheiro no ar. Apesar de todo o perigo e os monstros, eu me sentia estranhamente próxima de casa.

Com algumas pausas esporádicas para os animais descansarem e nós esticarmos as pernas, finalmente chegamos ao fim da trilha. E eu me sentia faminta como uma fera. Clare havia me contado no caminho sobre as informações que adquiriu de um fantasma, e fiquei encucada com suas palavras. A hidra aprisionada? Quem diabos poderia fazer isso? Se era o caso, seria mais complicado do que prevíamos encontrar a criatura e, certamente, mais perigoso.

Quando Clare me chama para um lugar sombreado eu a sigo com um misto de curiosidade e receio. Já tinha ouvido falar das viagens nas sombras mas nunca tinha sido levada através de uma. Repiro profundamente assim que dou a mão para ela e a olho curiosa sem saber exatamente o que esperar. Se eu sentir que vou vomitar ou algo do gênero eu tento repirar fundo e conter este impulso, pelo bem de minha dignidade.

Quando chegarmos ao nosso destino eu tiro um momento para absorver o absurdo de entrar numa sombra e sair em outra quilômetros de distância, e então foco na minha prioridade no momento pra tentar livrar-me do mal estar; a fome.

- Ai, vamos a algum a lanchonete. Eu preciso caçar um hamburger, um milkshake e umas batatas fritas - declaro decidida e com os olhos brilhando. Nas florestas nós raramente encontramos batatas fritas, milkshakes ou hamburgers selvagens, então eu faria a festa com a grana daquele cavalo safado velho.

Olhando ao redor, curtindo as luzes da noite, eu sigo testando o ar em busca de perigos - e de comida. Quando achar um cheiro que me agrade, indico a Clare e sigo para lá.

Caso sinta algum monstro eu também alerto Clare, mas depois percebo que estava sendo boba, lembrando-me das palavras dela no começo da missão. Ela os sentiria muito antes de mim.

Nível 4 - Donzela da Lua: Caçadoras de Ártemis ganham bônus em suas habilidades se lutarem à noite. (5% do valor total dos atributos principais como bônus neles mesmos quando de noite)

As garotas alinham as ideias mais uma vez. Clare envolve ambas em sombras e num piscar de olhos, estavam em um beco próximo ao restaurante. Para a filha de Hades aquilo era só mais uma habilidade, mas para a caçadora, experienciar aquela habilidade era desconfortável, como ser tomado por um calafrio.

A região era repleta de turistas que por um momento congelam na presença de Clare até ela lembrar de retrair suas auras. Ambas conseguem, surpreendentemente, usar seus dólares para comprar alimento e estadia por ali. Apesar de tudo correr relativamente bem, elas sabiam que estavam longe de seguras. Alguma coisa ou alguém era capaz de aprisionar a hidra, e tal força estava a menos de um horizonte de distância. Ambas as campistas sentem diversas assinaturas de monstros, em sua maioria inofensivos. Algumas mais distantes, se aproximando do Partenon eram ligeiramente proeminentes e, apesar da distância, destacavam-se pela sua aura horrenda.

Depois de devorar tudo que podia, eu me via satisfeita e muito mais bem humorada do que após a viagem nas sombras.

Aos poucos estava me acostumando com a presença de Clare. Ela era um tanto misteriosa e vez ou outra emanava uma sensação estranha que me fazia sentir em perigo ou até mesmo... Assustada? Mas eu sabia que isso era comum a filhos de Hades, e ela se mostrava alguém fácil de lidar na maior parte do tempo. Vez ou outra me pegava encarando-a, distraída, refletindo sobre o que ela havia dito sobre ser Ceifadora. Uma pulga ainda coçava atrás de minha orelha, mas não me sentia à vontade o suficiente para perguntar sobre isso ainda.

- Hmmm me dá uma horinha e estarei nova em folha - digo pra ela quando ouço sua pergunta sobre o descanso - Eu preciso aproveitar meu bucho cheio. Você pode ficar de vigia? Podemos nos revezar depois, se quiser.

Deito-me numa cama então e abraço um travesseiro para ficar confortável. Confiro se Elie está bem, provavelmente pelas janelas vigiando, e então fecho os olhos.

Com meu treino, me manteria sensitiva aos meus sentidos mesmo durante o sono, acordando imediatamente se sentir alguma presença ou cheiro mais forte ou próximo. Me sentia pouco à vontade dormindo em um lugar como aquele mas, bem, não sabia quando teria outra oportunidade para descansar. Percebia que Clare não parecia cansada, mas talvez ela devesse tirar uma soneca depois também, pois tínhamos feito uma viagem considerável e ela ainda tinha nos levado através dassombras até ali.

De qualquer forma, durmo e sonho que abato coelhinhos na mata.

Nível 4 - Respiração de Caça: Enquanto caçava e viajava com as caçadoras Zoe aprendeu a controlar sua respiração durante atividades longas, caçadas e lutas, de forma a manter sua capacidade por mais tempo. De acordo com sua evolução irá aprimorá-la, indo de uma resistência maior ao cansaço enquanto viaja, persegue suas presas ou luta à capacidade de viajar por dias, fazer viagens inteiras correndo ou lutar por horas sem deixar-se abalar por falta de ar ou cansaço.

Nível 2 - Bênção do Sol: Quando estiver lutando sob o sol, o filho de Apolo dificilmente se acovardará; terá suas capacidades ampliadas e será capaz de ignorar ferimentos leves, lutando com bravura. (5%FORT)

Depois de ser acordada por Clare eu faço um breve alongamento, satisfeita com o cochilo pós-rango. Vou até a janela do lugar testar o ar em busca de me atualizar dos cheiros que tinham ido e vindo desde que eu tinha deitado. Noto pelo caminhar da Lua no céu que Clare havia me deixado dormir meia hora a mais e dou um sorrisinho, achando fofo da parte dela.

- Esteve tudo bem? Você aproveitou para descansar também? Fez amizade com algum pombo? - pergunto para Elie provocativa,pois sabia que ela adorava fazer amizades com aves aleatórias por ai, mas sabia também que ela não teriasaído da vigília durante meu sono. Cato alguns amendoins que sobraram das besteiras que comprei com Clare e ofereço uns a ela antes de reunir minhas coisas,jogar uma água no rosto e sair com Clare.

Do lado de fora procuro estabelecer uma rota para nosso destino com Clare. Já que ela ela podia precisar muito melhor que eu a posição de nossos inimigos, deixo com ela a missão de nos guiar pelas ruas enquanto me ocupo em olhar em volta ativamente, admirando cada esquina, cada prédio e cada parque, mas sem deixar de vigiar as pessoas e os possíveis perigos.

Se Clare avisar sobre alguma criatura ou eu conseguir identificar alguma, já fico pronta para sacar o arco e tentar abater o ser antes que se aproxime, se for uma ameaça. Armo uma flecha de prata invocada de minha tatuagem e expando o arco da luva, armando o projétil e disparando mirando direto na cabeça do monstro. Faço pontaria por uns segundos antes dodisparo enquanto deixo meus olhos focados no monstro e minha visão periférica trabalhar em absorver a movimentação dos passantes à nossa volta para evitar atingí-los.

As campistas sentindo-se revigoradas seguem para o Partenon. Clare havia coletado 8 almas de existências errantes que vagavam pela cidade. Aproximando-se das ruínas, ambas conseguem sentir diversas presenças de nível similar, dispostas como uma barreira vida ao redor do local. A filha de Hades identifica que estão posicionados, como sentinelas vigiando os limites do local, a 500m um do outros, provavelmente ao redor de toda a área a frente.

Enquanto estudavam a formação inimiga Clare aponta uma presença que patrulhava o local, indicando-a para Zoe que abateu rapidamente a criatura. Quase que como de tocaia, a dupla escuta um rugido ao longe e estranhamente sentem seus pés afundarem no chão, como areia movediça. Ambas saltam para longe no instante seguinte como reflexo, apenas para ver que não havia nada de errado por ali. Os sentinelas permaneciam imóveis. Aproximando-se da área, agora com contato visual, as semideusas observam várias gárgulas de pedra circulando o perímetro completamente imóveis. Seus olhos estavam fechados e elas emanavam uma fraca energia sinistra.
Ao prestarem mais atenção em seus alvos, elas percebem que cada gárgula tinha uma espécie de cristal negro que pulsava uma aura carmesim escura. Observando a cena, elas sentem seus corações pulsando no mesmo ritmo da aura dos cristais. Elas não entendiam exatamente o porque, mas havia algo muito errado naquele local.

pra que filho de apolo kkj

A filha de Hades invoca a alma da criatura recém abatida para lhe questionar sobre os acontecimentos no Partenon:

Clare escreveu:Boa noite. Quero que me diga o que está acontecendo no Pathernon.

-O mestre está trabalhando e pediu para que patrulhasse e eliminasse qualquer um que colocasse em risco seu trabalho. - a criatura diz sem se dar conta de que morreu a pouco