Enzo começa a se afastar enquanto toca sua lira. O urso o segue, e graças a seu tamanho consegue alcançar o garoto váriasd vezes, mas falha em acertá-lo em todas. Os golpes de patada do urso são fortes e ferozes, derrubando árvores como se fossem feitas de isopôr. Enzo observa a criatura mais de perto entre uma investida e outra, ainda tocando sua lira como se nem Jesus Cristo pudesse fazê-lo parar de dedilhar o instrumento, e aos poucos nota que ele agia basicamente no automático, atacando como se fosse... Um zumbi ou uma marionete, como deixava a suspeitar o brilho vagaroso nos olhos do animal.

Aos poucos eles se movem enquanto Enzo evita as chamas e os golpes do Urso. O animal passa pelo fogo e mesmo se queimando parece não dar a menor atenção ao ferimento, como se nem sentisse o calor. Ainda assim seu pelo aos poucos vai chamuscando. Porém Enzo percebe que seria arriscado demais continuar com aquele pega-pega; logo surge outro som de movimentação e um porcu brota da moita do lado. Com um Oinnnc! poderoso, o mamífero de 600kg parte correndo para tentar dar uma cabeçada no filho de Apolo, mas este salta para evitá-lo.

O porco parece extremamente perturbado, assim como o urso. Seus olhos brilham no mesmo tom de verde e seu couro está coberto por aquele negro corruptivo (?).

O garoto corre para se esconder, mas as criaturas parecem se guiar por outras coisas além de sua visão ou, não eram afetadas suficientemente pela névoa. Sempre que Enzo tentava se ocultar eles erravam o primeiro ataque, mas farejavam e focavan-no de novo numa nova investida. Por fim o jovem dedilhou seu instrumento em uma nova melodia; um som quase visível vibrou entre as árvores, pintando o dia em tons de dourado. As criaturas moveram-se inquietas e então pararam, encarando Enzo.

De algum lugar, o garoto sentiu uma presença se aproximando e logo, como uma sombra, pairou sobre ele. O monstro mais próximo era o urso. Um brilho esverdeado de fúria encarou Enzo de volta nos olhos daquela criatura, e o garoto soube que algo os controlava com uma coisa mais forte que uma maldição, ou que pura manipulação mental. Ele sentiu que, anquele momento, algo o observava através do urso, fitando-o com ódio e desejo inimagináveis.

O urso ergueu-se nas patas trazeiras e urrou com força. A criatura se jogou para a frente, pegando enzo de surpresa e dando-lhe um encontrão contra uma árvore. O corpo pesado do monstro foi suficiente para rachar o peitoral e mandar o guri rolando pelo chão, aturdido mental e físicamente. ele consegue se levantar com experiência de um salto, mas logo está sob ataque novamente do porco e do urso. O suíno vem por trás e o urso ainda dá uma lenta volta pelas árvores para alcançá-lo.

O garoto dispara sua flecha. As criaturas moven-se zonzas, desequilibradas, mas não expressam dor ou maior desconforto, o que leva Enzo a perceber que são quase como zumbis; não se limitavam por injúrias comuns, nem sentiam dor aparente. Apesar disso as flechas do sol foram suficientes para finalizar o porco, que tomba para o lado e permanece ali. O urso porém urra e se ergue nas patas trazeiras, atacando desequilibrado e errando o semideus que se camufla com a flresta correndo pelas árvores.

Enquanto se move o filho de apolo nota o som de alguma coisa se aproximando pelo oeste. O som de árvores sendo destruídas e o urro de feras da mata denunciavam a aproximação de alguma coisa feroz, mas ainda estava a mais de cem metros.

O urso parece recuperar o equilíbrio e volta a avançar zonzamente. Ele olha ao redor em busca do semideus, mas parece não vê-lo e apenas ataca árvores e moitas à sua busca. Está a 6m de Enzo.

Em uma rápida sequência, dezesseis flechas voam pelas árvores atingindo o urso como uma metralhadora. A fera bambeia e, no fim, tomba pro lado pesadamente em meio às moitas.

Enzo consegue se aproximar para olhar o cadáver. Enquanto as chamas se espalham pela mata ao redor, como se estivessem determinadas a queimar tudo e todos, o guri conseguiu ver uma leve névoa escura se desprendendo do corpo da criatura.

O som das feras ao longe parece cada vez mais próximo, cerca de 50 metros ao oeste. Ele ainda não consegue ver mais do que o movimentode moitas e vultos entre as árvores densas e agora, cheias de fumaça.

O guri se disfarça no ambiente já cheio de informações e escala uma árvore para ter uma visão melhor, o que não funciona muito bem pois metade da fumaça estava presa sob a copa das árvores, fazendo-o tossir como um maconheiro engasgado.

Mas ainda assim, ele consegue ver a aproximação da fera. Na verdade, as poucas criaturinhas que ainda não tinham fugido do fogo logo estavam fugindo, guiadas por um instinto primitivo de medo, o mesmo instinto que fazia a nuca de Enzo se arrepiar. Os rugidos se aproximaram, e a movimentação entre os troncos logo chegou até alguns metros à frente dele. O semideus ficou surpreso de ver outro urso correndo, mas este parecia um urso normal e não um monstruoso como aquele que ele tinha acabado de enfrentar. A fera corria em debandada, claramente fugindo de algo. Uma forma cor de bronze derrubou uma árvore e golpeou o urso jogando-o para o lado como se fosse de brinquedo, e o corpo do animal caiu no chão metros à frente, bem em baixo da árvore em que o semideus estava.

Olhando para baixo enzo viu o corpo da fera de 800kg, partido em três. O sangue marcava o chão de terra e grama numa trilha que ia do cadáver até a pata da outra besta. Os pelos eram um emaranhado selvagem, mas brilhavam em um tom intenso de vermelho como se fosse metal, refletindo a cor e o brilho intenso das chamas de um lado e escuro e lustroso do outro. A fera olhou ao redor, e pela sua altura sua cabeça estava quase na altura que o semideus se encontrava. Tinha quatro metros até a cernelha, e suas garras pareciam com espadas. A criatura abaixou-se para farejar, fngando um pouco por causa da fumaça. Rosnou baixinho, mas o som fez até o tronco da árvore vibrar. Os olhos pareciam fendas malignas, apertados enquanto olhavam ao redor buscando entre as árvores.

Imagem da Fera:

A besta caminha para a esquerda do semideus, encontrando e farejando o cadáver do urso e permanece abaixada e farejando o chão. As chamas se aproximam pela direita.