Sem recolher a espada eu continuo a girá-la. O monstro tinha virado para mim, e eu não gostava disso. Aquilo pensava? Como diabos nascia um golem, para começar? Era cada monstro estranho espalhado por aí que minha cabeça doía só de pensar como nasciam e viviam. Quem diria que um monte de pedras iria ter fome de carne de semideus, por exemplo? Ele poderia só ir comer britas por ai.

Golpeio novamente então, usando o alcance extra da arma em meu favor. Deixo-a girar enquanto faço suas secções expandirem mais uma vez, ficando largas e pesadas, e chicotei-a horizontalmente na direção da outra perna do golem, usando da sensação do primeiro golpe para referenciar o segundo e mirar bem. Se ele tentar erguer as mãos para se defender eu faço uma finta; golpeio mas recolho a lamina antes de atingir ele, e então no próximo giro eu estico para que ela bata em seu braço no sentido contrário ao que ele está, pegando-o de lado para tentar quebrá-lo com o peso sobre o fio da arma.

Uma parte de mim estava preocupada com o que a mulher encapuzada faria comigo caso eu desalinhasse, sei lá, o equilíbrio cósmico das almas ao impedir o garoto de morrer. Mas, que tipo de pessoa seria eu se ficasse parado assistindo a um coleguinha ser morto? Tsck. Isso não é coisa que se faça, penso ironicamente antes de recolher a arma, girar e alongar para mais um ataque, desta vez contra a perna ainda boa do monstro, mirando em seu joelho dobrado. Depois do golpe eu recolho a lamina novamente e desta vez recolho ela por completo, encolhendo-a e segurando-a como uma espada normal.

Esperav que enquanto ele estivesse focado em mim os esqueletos aproveitassem para atacá-lo pelos flancos. Talvez suas lâminas de bronze conseguissem causar algum dano, embora eu não tivesse muitas esperanças disso, então se ele ameaçar me atacar de longe ou vir contra mim, eu imediatamente grito pra eles para que o parem ou distraiam.