Taylor utiliza-se de sua magia para atormentar a mente do homem de origem Italiana, inundando sua mente com imagens de destruição, morte e terror. O rosto de Lorenzo toma uma postura rígida e sem expressão, como se não vivesse mais. No entanto, olhando profundamente em seus olhos Taylor percebia o sofrimento que ela o fazia passar.

Assim que o efeito do tormento acabou, o mafioso recuou para longe da garota. Ofegante, Lorenzo tentava tomar o máximo de ar que podia em seus pulmões.

--Você... – Tentava falar. As palavras não se formavam em sua boca, que ainda tremulava de pânico após as cenas que haviam visto.

Os homens ao redor se assustaram, e com prontidão já colocaram a mão na cintura, tocando o coldre suas armas. Lorenzo levantou a mão, indicando para que recuassem.

--É um deles. – Completou.

Quando a garota sentiu que estava prestes a conseguir respostas, seus sentidos de semideuses apitaram avisando do perigo. Lorenzo sacou seu revolver, enquanto todos os outros homens o acompanhavam em uníssono.

--Não precisamos de mais serpente rastejando por aqui. O Chefe vai lidar com você.

O Mafioso apertou o ombro de Taylor, empurrando-a para guia-la em direção a uma sala nos fundos.

O lobo latiu. Suspirei. Esses mafiosos são uns cagões. Assim que percebeu o que eu era ele se levantou com um pulo e começou a chamar reforços. Não se fazem mais homens como antigamente.
 
Todos apontaram as armas para mim, e então me lembrei de quando os Nazistas me fuzilaram uma vez. Se me lembro bem, eu tinha ficado puta com aquilo tudo e ao invés de ceifar os judeus, como era meu trabalho, fui tentar mexer com o próprio Hitler. O resultado não foi nada agradável. Demorei uns 3 anos pra me reconstituir depois daquilo.
 
O Mafioso começou a falar sobre eu ser um deles e blá blá blá... Pelo menos eu não teria que explicar com o que ele estava mexendo. Ele já sabia. De repente as coisas deixaram de ser entediantes, e ele disse que iria deixar o chefe dele cuidar de mim.
 
Ele começou a me guiar para os fundos daquele lugar. Observei os caminhos do bar, e a quantidade de pessoas. Não queria uma briga, mas se necessário eu deveria estar pronta.
 

Decido ficar em silêncio pelo trajeto. Queria ver onde tudo isso iria dar.

Os guardas tocaram em suas submetralhadoras e se moveram na direção da garota, mas com um rápido sinal de mão de seu Don, logo foram interrompidos. Frank sorriu, mostrando seus dentes amarelos seguido por uma baforada no charuto que carregava. O Italiano apontou para uma cadeira ao seu lado, indicando para que a garota sentasse.

--Italo, distribua. – Disse para o Dealer da mesa.

O homem habilidosamente embaralhou as cartas, com belos e sincronizados movimentos que arrancavam sons plásticos do baralho. Taylor recebeu duas cartas, assim como todos, em sua mão se encontravam um ás de espada e um valete de copas.

A garota tinha uma boa mão, com cartas simbólicas que sempre apareciam na cultura pop mundial. Taylor percebeu que não havia fichas, todas as apostas eram feitas em dinheiro.

--A aposta mínima é de mil dólares. – Disse Frank. O mafioso colocou sua aposta na mesa, esperando pela garota e pelos outros jogadores da mesa.

- Italo, distribua.
 
Por algum motivo, meu respeito por aquele homem havia crescido de uma hora para outra. Eu era uma completa estranha, e poderia ser certamente perigosa aos negócios, mas ele aceitou jogar comigo. Homens fortes estão escassos hoje em dia.
 
- A aposta mínima é de mil dólares.
 
- Pois bem. Eu aposto o valor mínimo. - Pego uma grana e aposto. - E aposto também, uma resposta sincera para qualquer pergunta.
 

Bebo um gole de Whisky. 

Desistir no meio do jogo não seria nada bom para a moral. Eu tinha a mão mais baixa possível, e estava jogando contra duas pessoas claramente experientes nisso. Tinha que usar as armas que eu possuía. Enquanto eles apostavam e falavam várias coisas que eu sinceramente não estava acostumada a ouvir, comecei a pensar numa estratégia para não perder e ao mesmo tempo não passar vergonha.
 
Qualquer um que já tenha visto televisão em um domingo, sabe que o blefe é uma das principais armas dos jogadores desse jogo. O maior problema é que sou filha de Atena, não de Afrodite. Mas eu não poderia deixar de arriscar, apesar de as possibilidades apontarem o dedo na minha cara e falarem que não era uma ideia legal, eu tinha que fazer valer essa visita ao mafioso. Imediatamente busquei na memória todos os livros que li na infância, adolescência e vida como semideusa. 124 anos são coisa pra caralho, então abusei de minha |Boa memória| para lembrar de tudo que aprendi sobre psicologia humana, microexpressões, manipulação. Combinei minha |Sabedoria| com o fato de eu ser uma |Dama da Noite|, botei tudo isso na forma que mexia os cabelos, os olhos, e até na maneira em que respirava. Bebi um gole de Whisky, e utilizando de todos os meus recursos, peguei dinheiro e disse:
 

- Eu cubro. - Palavras simples, mas que continham até mesmo no tom da voz, uma perceptível certeza de vitória. 

Passivas:

Nível 7 - Boa Memória: O filho de Atena tem facilidade pra se lembrar das coisas que acontecem, então não tentem enganá-los.(+7 INT)
Nível 1 - Sabedoria: Por ser filho de Atena, você é o mais sábio entre os campistas, e saberá usar sua inteligência em batalha. Também pode ler muito rapidamente, e em qualquer língua ou dialeto. (+5 INT)
Nível 2 - Gênio: Sendo filho da deusa da sabedoria, você é bem mais capacitado mentalmente do que os demais semideuses. Consegue assimilar as coisas e raciocinar com mais agilidade que todos os outros, o que pode lhe permitir melhor desempenho nas batalhas. (+5 INT)

Nível 10 - Dama da Noite: Taylor é bela, muito mais bela que a maioria das pessoas. Talvez pelo sangue de Atena, os poderes de Thanatos. Ou simplesmente nasceu com sorte. Um corpo escultural misturado à um jeito de andar, falar, sentar e mover os lábios. Ela é capaz de fazer qualquer pessoa que tenha atração pelo sexo feminino perder a cabeça, e em alguns casos raros, até aqueles que não tem essa ‘atração’. Porém isso é diferente dos filhos de Afrodite, não é nenhum poder de charme. É como se um homem visse Megan Fox lhe pedindo alguma coisa, a diferença é que, prefeririam Taylor à Megan Fox. Isso não faz com que as pessoas sejam obrigadas a lhe fazer o que pedir.

--E eu estou fora. – Disse o outro jogador.

Agora, só restavam Frank e Taylor na mesa, com duas cartas ainda para sem postas no jogo. Na face dos jogadores, não se desenhava nenhuma emoção. Ambos fecham sua face, cerravam os dentes e fitavam o jogo como um predador fita sua presa prestes a ser abatida.

Mais uma vez, o Dealer descarta a primeira carta do baralho e coloca mais um em jogo, dessa vez uma Rainha também de copas.

Na mesa estavam: 4 de copas, Rei de Ouros, 10 de copas e uma Rainha de Copas.
A aposta atual estava em cinco mil.

--Eu dobro a aposta. – Disse Lorenzo.

Com isso, o jogo ia para um total de dez mim. Para cobrir essa aposta, Taylor precisaria gastar todo seu dinheiro e apostar em um All-In.

Essa talvez fosse a batalha mais tensa que eu já tive em muitos anos, e nem uma espada havia se erguido. Senti o sangue esfriar, e apesar da situação não ser muito vantajosa para mim, nem muito agradável, eu estava gostando. Há tempos eu não passava por esse tipo de sentimento, e ele me deixava feliz. Imaginava que o homem na minha frente sabia jogar aquilo melhor que eu, embora eu fosse uma filha de Atena.
 
Com muito tempo de vida, aprendi que ser filha de Atena não me torna mais inteligente que todos os mortais da terra. Na verdade, aprende-se muito mais com eles do que sendo verdadeiramente filha de minha mãe. Os mortais tendem a sempre temer a derrota mais do que qualquer coisa, como aqueles que desistiram alguns segundos atrás. Mas existem aqueles, embora raros, que são calmos e rígidos como uma rocha. Para vencê-lo eu precisava de algo mais do que inteligência e manha no jogo. Eu precisa de uma |Bênção da Vitória| e por isso fiz mentalmente uma prece à Niké.
 

- Eu aposto tudo. 

Nível 10 - Benção da Vitória: Assim como sua mãe sempre possuiu o auxílio de Niké, a Deusa da Vitória, também o seu filho pode adquiri-la. Após fazer uma oração, o filho de Atena é abençoado pela Deusa Niké, conseguindo um bônus de 50% de acerto em todos os seus movimentos durante 5 rodadas. Gasta 70 de energia e só pode ser usado uma vez na narrativa.