Suspiro pesadamente a medida que mais informações e sentimentos vão chegando. A carga ruim era tão forte e pavorosa que quase me dava a sensação de bile na boca. Não enrolo muito com o relatório, vendo os casos brevemente e entendendo que onde quer que fosse, eles iriam ser similares.

Assim que o capitão fala e Henry pede a licença para nós irmos dou um sorriso tranquilizador para eles, passando a sensação de que podiam confiar em nós que tudo iria ficar bem e a medida que vamos atrás da fonte daquilo tudo digo a Henry:

- Se esse cara estiver igual o policial anterior... Por mais que me doa, acho que deveríamos deixar ele como está. E em seguida soltá-lo, o padrão de desaparecimento não aponta para sequestro e sim que eles seguem para o tal cara por livre e espontânea vontade, quase como uma necessidade se o que vimos antes for indicar. Dessa forma, podemos seguir ele e chegar até o cerne da questão, o que acha?

A perspectiva de deixar alguém sentindo coisas tão ruins e tristes era angustiante, mas as vezes precisávamos sacrificar um pouco para chegar ao todo.

+1 de Respeito pra dite porque ela postou e é linda

Esgueirando-se por civis confusos e policiais atribulados, os garotos rumam pelo saguão em direção às celas sem hesitação. A sgt Wood os acompanha parecendo surpresa que sabiam exatamente onde encontrar a testemunha, seguindo-os de perto por trás. Ela cora quando Henry vira-se para ela com olhos azuis brilhantes e uma rosa na mão, pedindo por um tempo sozinho para debater com Dite. Ela cora ao infiito e recua balbuciando algo como "sim, eu aceito", e recua em direção ao átrio princial.

Eles entram por fim no corredor das celas. O homem que fazia segurança sequer hesita em abrir o portão para eles, como se não ousasse perguntar quem eram ou o que iriam fazer ali. Assim, incólumes e sem questionamentos, os filhos de Afrodite entram na área dos prisioneiros. Celas escuras, divididas por paredes de tijolo reforçados, grades de metal coberto e com moradores fedorentos.

Eles caminham. Gotas caem de pingueirasno teto e presos protestasm sob a luz repentina das lâmpadas que se acendem ao detectar a aproximação dos dois semideses. Alguns apenas se encolhiam sob seus cobertores, outros, os que por sorte - ou azar - olharam pro corredor, se jogaram contra a grade para acompanhar a dupla com o olhar, embasbacados com sua beleza.

Por fim eles chegam atéa origem daquele sentimento. O homem estava, claramente, transloucado. Seus braços estavam arranhados, o rosto seco, os olhos dotados de uma loucura assassina e cheia de ira. Ele olha para Dite, e então para Henry, e ambos os semideuses sentem um choque quando seus olhos se cruzam. Jamais, em toda a sua vida, tinham visto uma influência como aque.a Uma força que contaminava uma mente, como um vírus,como um código em um software. Uma função cuja única finalidade era odiar.

- Morra - fala o homem, olhando diretamente para Henry - você é bonito demais. Filho da puta. Mais bonito que eu. Morra.

O homem fita o chão e bate sua cabeça contra o solo de concreto.