Definitivamente, o inverno era minha estação favorita. Por mais que as plantas não compartilhassem de minha opinião, aquela época do ano era a que me deixava mais a vontade. Dito isso, o frio costumeiro da estação as vezes desencorajava as minhas patrulhas, mas ainda sim cumpria com meus deveres para com o acampamento. A companhia de Gale era reconfortante nesse aspecto me acompanhando enquanto trabalhava diligentemente.

Mais uma manhã se iniciava com os ventos gélidos fazendo de tudo para me convencer a ficar no chalé mas, com muita força de vontade, levanto da cama e dou início a minha rotina matinal. Um pequeno café da manhã seguido por uma sessão de alongamento e logo em seguida meu treino matinal. Tomo um banho relaxante e sigo para a rota de patrulha de hoje.

Estava patrulhando o local quando um sátiro se aproximou dizendo que Quíron havia me convocado a casa grande. Agradeço e sigo para lá sem perder tempo. Chegando lá o chefe do acampamento nos informa sobre a escolta que teremos que fazer, uma tarefa relativamente simples mas descobrir os detalhes da missão me deixava um pouco apreensivo. A garota era coreana, e só começou a ter contato com nosso mundo assim que chegou nos estados unidos... que me leva a crer que ela tem um futum de semideus bem proeminente. Olho para os meus companheiros, um deles eu conhecia da minha última missão Satoru Gojou e uma garota que não fazia ideia de quem era:

-Bom dia Gojou, vejo que se recuperou bem da nossa última missão. Você eu ainda não tive o prazer de conhecer... bom dia, permita-me que eu me apresente: me chamo Nyash, filho e conselheiro de Deméter e Guarda do acampamento, divisão Áquila. De acordo com os detalhes da carta da garota de 18 anos, ela é coreana e seu contato com o mundo místico começou somente quando ela chegou no país. Visto a mudança súbita na rotina dela, sinto que ela emita um cheiro muito forte. Devemos nos apressar. - digo isso com um tom de preocupação na voz.

Ouço a resposta dos meus companheiro e digo para seguirmos para os limites do acampamento para tomar o táxi das irmãs cinzentas até a faculdade, e de lá começamos a nossa procura de forma mais minuciosa.

Equipamentos:

- Yoo, Nyasho! - Cumprimeiro alegremente meu colega de surra da ultima missão. Aparentemente, estaríamos juntos mais uma vez - É... O que não nos mata, nos fortalece, não é mesmo? Desta vez, vamos apanhar menos. eu espero. Talvez.

Olho para nossos humildes 200 dólares enquanto Nyash comenta sobre a carta. Uma oriental... Será que ela seria algum tipo de samurai? Seria legal. Eu já tinha visto um garoto andando por aí com katana na cintura, e o visual era bem, beeem estiloso. Apesar disso, não era exatamente o meu estilo. Eu gostava mais do tipo do Enzo: andava por aí liso, e estourava todos com poderes tirados do rabo, como se andar cheio de equipamentos bons fosse coisa pra gente fraca.

- Eu sou Satoru Gojo. Sou um filho de Hécate,e me especializo em Telecinese. E... É isso? Bom, acho que podemos pegar aquele tal taxi das Irmãs Cinzentas, não? Todos falam sobre ele, mas eu ainda não tive oportunidade de usá-lo. Dizem que elas têm UM olho! - Falo tentando conter minha excitação, mas certamente sem muito sucesso. O Nyash comenta sobre as condições de nossa viagem e sinto um friozinho na barriga com a ideia de ir salvar outro semideus novato. A ideia era animadora e assustadora ao mesmo tempo mas, agora, eu não me sentia tão intimidado quanto antes. Apesar dos trancos e barrancos, aos poucos eu me sentia mais confiante, dia após dia.

Eu já estava com todos os equipamentos comigo, então falo que gostaria apenas de passar no refeitório antes de seguirmos em frente, para guardar alguns mantimentos para nossa viagem. Também passo na loja de poções e compro uma poção de cada. Depois disso me junto com eles no refeitório para decidirmos se iriamos de taxi, pegaso, ou o que quer que fosse.

Se eu ver o Johan no caminho eu bato na cabeça dele e tomo meu anel de seu dedo

Equipamentos:

Mas gente...:

Nossa go-gojou senpai >///////< pelo menos vamos para um lugar mais privado?

Vi Gojou dando sopa no refeitório e devolvo a ele o anel que ele havia me emprestado um tempo atrás:

-Toma ai parceiro, estava te procurando a um tempo para te devolver, mas você parecia sempre ocupado em missão...

Estava a caminho dos arredores do acampamento para tomar o táxi das irmãs cinzentas, porém sou abordado por ninguém menos que Henry. Só de olhar pra ele eu sentia uma estranha vontade de me aproximar, esses filhos de Afrodite... certamente possuem o molho são maravilhosamente encantadores.

Henry escreveu:- Olá, era você mesmo que eu estava procurando. Recebi uma chamada pra uma missão pra achar um ladrão de um pet shop, e como você pareceu gostar de proteger animais, achei que se interessaria em vir junto pra me ajudar. O que você acha?

As palavras do rapaz me faziam sentir como se grilhões se prendessem em minha mente, mas meu dever como guarda ameniza um pouco esse sentimento. Olho para a os dois que me fariam companhia e entrego a caçadora a carta e envelope com os $200:

-Bom, a situação mudou um pouco... Esse assunto parece ser extremamente urgente e confio nas habilidades de Satoru bem como nas das caçadoras. Vocês se sairão bem. Boa Sorte! - e sigo meu caminho com Henry pedindo-lhe maiores detalhes da missão.

Estava bem ansioso pra a viagem de taxi, mas o bonitão do Henry nos interrompeu antes que pudessemos dar segmento a isso.

Encaro a situação e fico um tanto bobo que Nyash esteja nos abandonando. Também fico frustrado pois parece que o que quer que Henry estivesse indo fazer, era mais divertido do que escoltar uma garota... Por que ele não me chamou? Fico um tanto decepcionado e olho assim pra Nyash enquanto ele se afasta:

- Mas que traíra baixo e vil - falo baixinho - Bom, é isso, né? Vamos seguir nosso rumo - comento com Ariel, esperando pra ver ela realizar o ritual de invocação das irmãs cinzentas.

Desde que cheguei aos Estados Unidos, minha vida tem sido uma montanha-russa de eventos estranhos. Esses eventos começaram de maneira bem sutil. Quando estava no meio de muitas pessoas, comecei a ver vultos, mas não dei muita bola. Porém, com o tempo, os vultos passaram a parecer pessoas com feições monstruosas que me encaravam, mas ninguém parecia ver aquelas coisas assustadoras além de mim. Então, me convenci de que era coisa da minha cabeça, talvez um efeito do jet lag, do estresse da mudança ou talvez eu só não estivesse descansando o suficiente.

Mas então, os pesadelos começaram. Toda noite, eu sonhava com criaturas horríveis que queriam me matar. Eram harpias, ciclopes, hidras, minotauros e outras aberrações que eu só tinha visto nos livros de mitologia. Eles me perseguiam, me atacavam, me feriam, e eu acordava suando frio e gritando. E assim se passou um ano de faculdade, eu não conseguia dormir direito e isso começou a afetar minha saúde mental aos poucos.

Com o passar do tempo, as coisas pioraram. Eu comecei a ver monstros pelo canto do olho, que desapareciam quando eu, assustada, tentava vê-los melhor. Eles estavam por toda parte, na rua, no campus, no shopping. Eles me observavam, me seguiam, me espreitavam. Eu realmente comecei a acreditar que estava ficando maluca. Depois de ponderar muito sobre o que fazer, decidi deixar meu orgulho de lado pois sou linda demais para enlouquecer tão jovem e fui procurar ajuda psiquiátrica. Mas mesmo com vários exames e avaliações, o médico disse que eu estava bem, que era apenas ansiedade e que eu precisava relaxar. Ele me receitou alguns remédios para ansiedade e para dormir melhor, mas eles não adiantaram nada.

Um certo dia, quando eu estava finalmente me convencendo de que era tudo fruto da minha imaginação, uma pessoa estranha me abordou quando eu estava a caminho do meu dormitório. A princípio, achei que era algum fã maluco vindo encher minha paciência, mas ele parecia sério, então eu resolvi prestar atenção no que ele tinha a me dizer. Ele disse que eu corria grande perigo, que não tinha muito tempo para me explicar, mas que eu era uma semideusa e precisava ir para o acampamento o quanto antes. Antes que eu conseguisse responder qualquer coisa, ele me deu um pedaço de papel com um endereço e um nome: Acampamento Meio-Sangue, e me aconselhou a mandar uma carta para lá pedindo um escolta, pois lá eu estaria em segurança e encontraria todas as respostas que eu estava procurando.

Eu não sabia o que pensar, o que fazer, será que eu poderia mesmo confiar nele? Confiar nas pessoas não era o meu forte. E então eu me lembrei das histórias que meu pai me contava quando eu era pequena, sobre os deuses e os heróis. Ele dizia que eu era filha de uma deusa, mas eu achava que era apenas uma forma de me fazer sentir especial. Será que ele sabia a verdade? Será que ele me escondeu isso por algum motivo?
Com a cabeça ainda cheia com tudo que tem acontecido, eu resolvi escrever a carta para o tal acampamento, coloquei toda minha esperança em finalmente ter respostas naquela carta e a enviei.

Enquanto eu esperava por alguma resposta, o dia da apresentação dos looks que eu vinha trabalhando finalmente tinha chegado, e devo admitir que a faculdade se saiu melhor do que eu esperava, convidando o incrível James Holt para fazer parte da banca de avaliação, não que eu tivesse alguma expectativa para começo de conversa.

Já eram 9 horas e eu ainda estava terminando de montar os looks nos modelos. Estava dando atenção a cada mínimo detalhe, pois tudo tinha que ser perfeito, já que levaria o meu nome.
Ao dar uma última checada nos modelos, não pude deixar de lembrar das semanas estressantes que levei para avaliar cada aluno que se ofereceu para vestir minhas criações.
Não que eu estivesse reclamando da quantidade de pessoas que se ofereceram para o trabalho, pois eu não esperava menos que isso, mas toda a situação me deixou um pouco aborrecida. “Como em uma faculdade tão prestigiada e tão grande não tem nem ao menos uma pessoa com 1% da minha beleza para vestir os meus looks?”, penso comigo mesma. Ainda estava incrédula com as audições, mas no fim das contas, escolhi os dois menos piores e tive que me contentar com isso, apesar de ainda estar relutante. Meus colegas de classe, entretanto, não pareciam estar tendo a mesma sorte que eu. Lembro de ouvir seus cochichos indignados e seus olhares de inveja sempre que eu tinha mais uma audição. Não que eu me importasse sinceramente. Seria quase uma grande honra ser odiada por eles, se eles significassem alguma coisa para mim. E afinal de contas, nos dias de hoje, você realmente acha que é alguém relevante se você não tiver pelo menos 20 pessoas que te odeiam? E eles sabem muito bem quem é a protagonista nessa história.

Termino de dar os últimos retoques nos looks, olho para os dois modelos de maneira charmosa e digo com um sorriso mais discreto: — Seguinte, queridos. Logo o desfile irá começar e eu preciso que vocês esqueçam todo o resto e se concentrem na passarela. Eu devo ir ao auditório e não posso mais ficar aqui. Então, boa sorte. Não estraguem tudo. - dou uma piscadinha.

Me viro e vou em direção ao auditório, enquanto penso: “Realmente os modelos deixam a desejar, mas desde que eles não cometam nenhuma gafe tenho certeza de que serei a escolhida. Pois, sejamos sinceros, minhas criações já brilham por si só."

Ao entrar no auditório, vejo nada mais, nada menos que James Holt dizer:

- Estimados alunos de Columbia. É um prazer enorme fazer parte desta banca avaliadora. Esperamos encontrar a próxima lenda da moda aqui, e tudo dependerá das criações de vocês. Esperamos que tenham se esforçado para mostrar sua arte, e quem sabe, suas roupas esteja aqui - mostrando um exemplar da revista runway.

Ao olhar para o exemplar de revista que ele está segurando não pude deixar de notar um belo rapaz na capa da revista, fico surpresa por ver alguém no mesmo patamar de beleza do que eu, e não consigo deixar de pensar que ele sim tinha o porte e a beleza certa para usar minhas belas criações e pela primeira vez naquele dia fiquei ansiosa pelo desfile.

Vou para o meu lugar e espero o desfile começar.


fanfiquei toda kkj