Não fico surpresa quando o sr. Holt recebe muito bem as minhas críticas, nem com sua oferta de trabalho, na realidade fico um pouco decepcionada com sua oferta, reconheço que ele é um estilista renomado mas sei do meu potencial e ser uma assistente estava muito abaixo das minha expectativas e ambições. Mas apesar de sentir que a proposta não estava a minha altura eu decido aceitar de começo, talvez o trabalho não seja lá grande coisa mas quando penso nas conexões que posso conseguir por meio dele acabo deixando um pouco meu orgulho de lado afinal não vai ser o fim do mundo ser uma assistente por alguns meses.

No entanto quando eu ia responder a proposta do sr. Holt uma mulher se aproxima da mesa e diz:

— Hora, mas que desenhos maravilhosos? Se incomodam se eu me juntar a vocês neste café?

Ao ouvir a mulher se intrometendo sinto que toda a situação é meio esquisita principalmente quando o sr. Holt concorda quase que imediatamente antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, será que eles se conheciam? penso.

— Hora, mas esses desenhos. Foi você quem fez? Acho que ficariam lindos nessa garota. Você é alguma modelo? Ah, desculpe a indelicadeza, meu nome é Alecto.

Sinto um leve arrepio quando a mulher intrometida termina de falar, não sabia exatamente descrever como ou porquê mas algo sobre aquela mulher não parecia certo, todos os meus instintos diziam que aquela mulher era perigosa mesmo que eu não conseguisse entender o porquê. E suas perguntas despertam ainda mais dúvidas na minha cabeça, estava ainda mais desconfiada se eles realmente se conheciam e suas observações eram no minimo estranhas, é verdade que qualquer coisa que eu vestisse ficaria lindo em mim mas chamar aqueles sketchs mal feitos de lindo me fez dúvidar de suas intenções e acima de tudo do seu bom gosto.

Bom independente do que estiver acontecendo preciso organizar meus pensamentos e me manter calma, não posso pular a nenhuma conclusão precipitada para caso eu realmente esteja em perigo, talvez se eu estender o assunto eu consiga enteder melhor a situação e suas intenções. — penso.

Me mantenho relaxada, sorrio para Alecto e digo:

— Eu uma modelo? — dou uma risadinha e finjo humildade. — fico lisoenjeada pelo elogio srta. Alecto, na verdade sou uma estudante de moda me chamo Scarlett prazer em conhece-la — digo enquanto aproveito a oportunidade para olhar melhor para a mulher sem deixar transparecer minha desconfiança enquanto espero que o sr. Holt se pronuncie de alguma forma.

A conversa continua e para a surpresa de Scarlett, os olhos de James ficam um tanto nebulosos, até que ele diz, quase que roboticamente, que conhece aquela mulher, mas sem maiores detalhes. A estudante de moda sente perigo vindo daquela mulher, mas elas falam de desenhos como se estivessem em uma conversa casual até que uma garota entra na lanchonete com um cachorrinho e isso chama a atenção de Alecto.

- Hora, parece que tenho um assunto para resolver. Podem continuar conversando, eu logo me junto a vocês.

Quando Ariel chega na lanchonete, rapidamente repara o pouco movimento do local. Ela resolve preparar uma armadilha de espinhos e invocar um cachorro para chamar a atenção do filho de Hécate, que comia gelatina como um porquinho. O animal começa a lamber o rosto de Satoru, cuja mente ainda está vagando no limbo, mas aos poucos o pivete sente que está sendo lambuzado por um contato externo.

Ariel está abaixada montando a armadilha quando uma elegante mulher se aproxima dela, a surpreendendo.

- Até onde eu sabia, caçadoras eram um pouco mais discretas. Você realmente acha inteligente ficar abaixada montando uma armadilha assim?

Nesse momento, Scarlett toma um susto ao ver um enorme par de asas surgir das costas da mulher, que estava perto da entrada da lanchonete conversando com uma garota estranha. Sua pele havia mudado para um tom acinzentado, seu corpo havia passado por uma espécie de metamorfose, ficando muito maior e mais robusto. As mãos agora pareciam garras de ursos com unhas extremamente afiadas. Ela vê que o local possui uma saída de emergência perto dos fundos.

Somente Ariel consegue visualizar os olhos avermelhados que se assemelhavam aos de um diabrete super crescido. Porém, ela reconhece aquela criatura perigosíssima como uma empousai.

A caçadora percebe que não há tempo hábil para terminar de montar sua armadilha, enquanto a criatura se aproxima.

Empousai:

Empousa a 6 metros de Ariel e indo na sua direção e mais 6 metros de Scarlett se afastando, de costas para a garota

Satoru está em transe, não precisa postar, a menos que queira interpretar que está acordando, mas ainda sem ação

Ariel abaixada com o demônio se aproximando.

Algo sobre o Sr. Holt não parecia certo, aliás, nada ali parecia. Toda a situação era meio bizarra. Mesmo após ele dizer que conhecia Alecto, eu não conseguia parar de sentir que não era bem assim. Era como se cada parte do meu corpo tentasse me alertar de que eu estava em perigo, mas eu não podia perder a calma. Então, resolvi jogar o jogo dela e continuei conversando como se não tivesse nada de errado ali.

Quanto mais eu observava a mulher, mais me lembrava da cena que havia visto mais cedo: Alecto alimentando uma criança que parecia estar praticamente inerte. Analisando bem agora, o Sr. Holt não parecia muito diferente da criança. Sua expressão parecia vazia e suas respostas tinham se tornado um tanto estranhas, quase automáticas.

Não posso continuar isso para sempre, preciso achar uma forma de distrair ela e dar o fora — penso.

Como se algum deus tivesse tido piedade de minha bela alma, Alecto diz:

—  Hora, parece que tenho um assunto para resolver. Podem continuar conversando, eu logo me junto a vocês.

Assinto com a cabeça, me esforçando para esconder o meu alívio, e assisto a mulher ir em direção à entrada da lanchonete enquanto pego minha bolsa. Nessa hora, me lembro novamente do pobre menino esquisito.

É verdade, o garoto. Será que ela vai fazer algo com ele? — penso. Um adulto pode se defender sozinho, mas não me sentia bem em ver uma criança em perigo e não fazer nada.

Para minha surpresa, ela ignora o garoto que agora estava com um cachorro e vai em direção a uma menina que eu nunca vi pelo campus. Mas, antes que eu conseguisse me sentir aliviada pelo garoto, levo um tremendo susto ao presenciar Alecto se transformar em um… um monstro? Seu corpo se tornara muito maior e mais robusto, com um par de asas enormes e horrorosas. Preciso mesmo falar de sua pele?
Toda aquela cena me deixou mais uma vez com medo. Era como se eu estivesse novamente dentro de um dos meus pesadelos, como se eu já tivesse vivido aquela cena e já soubesse do final: a minha morte.
Mas eu não tinha medo para sentimentos desnecessários como o medo e muito menos tempo para ficar ali paralizada eu presisava sair daqui.

NÃO! EU NÃO POSSO MORRER ASSIM! SE CONTROLA, SCARLETT! REAGE! VOCÊ É MUITO LINDA PARA MORRER ASSIM! — grito comigo mesma em minha própria mente tentando me recompor.

Ao olhar ao redor, percebo que, como sempre, ninguém além de mim parece estar vendo aquilo. Quando meus olhos pousam nos fundos, vejo uma saída de emergência e não perco tempo.

— Eu… eu preciso ir — digo ao Sr. Holt enquanto tento acalmar minha mente e retomar o controle das minhas emoções.

Antes que ele tivesse tempo de me responder, eu me recomponho e me aproximo rapidamente da mesa do garoto de forma que não chame atenção.

Ao chegar na mesa, vejo o garoto que ainda parecia meio inexpressivo, agora cheio de baba de cachorro. Mas, sem tempo, me aproximo e digo de uma forma que só eu e a criança possamos ouvir:

— Ei, garotinho, se concentra na minha voz. A gente precisa sair daqui, vem confie em mim — digo ao garoto esquisito de forma muito calma e persuasiva enquanto pego ele pelo braço com um sorriso no rosto para não assustá-lo e vou em direção à saída de emergência com todo cuidado para não ser notada me certificando de que alecto não está prestando atenção na gente.

O combate na lanchonete se inicia.

Ariel pula imediatamente para uma mesa invocando um tridente, na expectativa de pular em cima da empousa para perfura-la com as lâminas da lança. O monstro por sua vez se defende pegando a arma pelo cabo e as duas começam a brigar pela arma, não dando oportunidade para a caçadora executar seu ataque. Ambas estão medindo força física para ver quem fica com a arma, e Ariel está com uma pequena desvantagem.

Enquanto isso, Scarlett começa a pensar de deveria fugir ou ajudar o menino de cabelos brancos, especialmente depois de ver que ele estava em um transe semelhante ao que James Holt entrou quando entrou em contato com aquela criatura bizarra.

Em uma atitude corajosa, ela corre para tentar acordar o pivete e o agarra pelo braço. Inicialmente sem sucesso na parte de conversa, os dois saem da lanchonete em segurança, e do lado de fora, Satoru começa aos poucos a ouvir uma voz e sentir uma presença mais real no meio de todo aquele caos. O filho de Hécate pisca algumas vezes e sente seu rosto cheio de baba de cachorro, até perceber que está do lado de fora de uma lanchonete com uma linda garota asiática, que instantes depois ele reconhece como a pessoa que ele deveria estar escoltando, o chamando desesperadamente.

Enquanto isso, dentro da lanchonete, o cão de caça invocado por Ariel percebe que sua mestra estava com dificuldades e avança para ajuda-la. Ele morde a batata da perna do monstro que urra de dor. A empousa empurra Ariel e a arremessa para o outro lado de uma bancada e, em posse do tridente da filha de Poseidon, ela tenta acertar o cachorro, que escapa por um triz de virar espeto. A arma fica presa ao chão e o monstro alça voo para fora da lanchonete, quebrando vidraças e espalhando o caos.

Scarlett e Satoru veem a aberração sair voando para fora da lanchonete, ficando a 15m de altura dos dois. Ao olhar para o Monstro, Satoru fica um pouco confuso, pois ainda há resquícios do charme da criatura em sua mente. O monstro olha diretamente nos olhos do filho de Hécate e lhe dá uma ordem:

- Estamos em perigo! Há dois monstros na lanchonete! Você precisa me ajudar a acabar com eles!

Na visão de Satoru, Ariel estava voando e ao olhar as vidraças quebradas, ele vê um cão infernal e uma empousa se levantando por trás da bancada.

Ariel - Jogada na lanchonete atrás da bancada de atendentes
- Scarlett e Satoru - Do lado de fora da lanchonete olhando para o monstro que está acima deles. Satoru ainda sofrendo penalidades mentais, pois está recém-acordando e vendo as coisas ao contrário.

- Empousa, ferida de mordida de cachorro na perna. Nada grave. Voando sobre os semideuses.

Eu fiquei aliviada quando vi a rua, não é fácil brincar de fugir de monstros usando um salto agulha, mas felizmente o monstro parecia muito entretido com a garota para vir atrás de mim ou pelo menos foi o que eu pensei. Mas eu estava enganada, antes que pudessemos correr para longe do café, Alecto saiu voando para fora em nossa direção, nesse hora só conseguia pensar que desperdício para o mundo seria a minha morte. Eu era bonita demais para morrer...

Mas para minha surpresa, ela não me atacou. Ela parou no ar, e olhou para o garoto que ainda parecia estar em uma espécie de transe, pedidno ajuda a ele para acabar com os monstros no café. O que era bem contraditório, sendo que ela era o único monstro ali. Enquanto ela se dirigia ao garoto eu aproveite a brechaa para tentar pegar o kit de defesa pessoal que comprei no começo do ano, para o meu desespero tudo que eu achei foi um frasco de pergume e um kit de costura.
A esse ponto eu já não estava entendendo mais nada e nem sabia o que fazer. Quem era aquele garoto? Por que o monstro queria que ele lutasse? E por que eu estava no meio disso tudo? Mas eu não tinha tempo pra ficar perdida em pensamentos então logo afastei esses pensamentos da minha mente.

Não fazia ideia o porque um monstro pediria ajuda a uma criança, mas talvez isso indicasse que a criança não era tão indefesa assim e o fato da criança parecer estar na mesma situação que o sr.Holt me fazia pensar que teria grandes chances da criança não ser realmente aliada ao monstro. Então numa medida desesperada eu tento novamente acordar a criança tentando impedir que ela ataque a mim ou a outra pessoa.

— Ei, garoto, acorda! — digo a criança dando um tapão com toda minha força na cabeca dela.
— Não deixa aquele monstro controlar você, se concentra mim, você realmente prefere obedecer um monstro do que fugir com uma moça bonita? — digo tentando sorrir sem parecer desesperada.

Caso a criança tente me atacar eu quebro meu perfume na cabeca dela e corro em direção a outra menina que podia ver o monstro. se o monstro vier atrás de mim eu taco um dos meus sapatos na cabeca dele e mantenho o outro para proteção