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We Can Be Heroes - Página 7 Empty Re: We Can Be Heroes

por Zeus 02/02/16, 09:53 pm

Zeus

Zeus
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
Através da escuridão, Abdullah sorriu.

Seus dentes brancos eram quase como tímidos raios solares num dia nublado. Mas o suficiente para Nora identificá-lo. Elisheva, entretanto, deixa de chorar e respira fundo. Olha para o próprio filho. Para a hóspede. E então se levanta, e dá um tapa no homem.

-
Abdullah? Foi assim que se apresentou? - Ele recebeu o golpe sem esboçar reação, e então ofereceu a outra face. Mas a mãe foi incapaz de bater.

O abraçou.

-
Existem coisas, Nora. Coisas além da compreensão das religiões abraâmicas, além da compreensão mesmo das pessoas do lugar pra onde te levarei.

#61

We Can Be Heroes - Página 7 Empty Re: We Can Be Heroes

por Nora Al-Rashid 02/02/16, 11:34 pm

Nora Al-Rashid

Nora Al-Rashid
Filho(a) de Febo
Filho(a) de Febo

--No fim, você voltou pra casa. – Sorri.

Lembrei-me de quando o corpo de Abdullah estava no chão, caído e sem vida. Quando eu recitei aquelas palavras não esperava que elas tivessem efeito nenhum, havia as dito apenas para confortar a mãe que perdera seu filho. No entanto, essas palavras voltavam mais uma vez a minha cabeça agora que o servo do senhor havia retornado a sua morada.

Vi Elisheva levantando e marcando a face de seu filho com um tapa, surpreendo-me. Como um filho obediente o grande Abdullah apenas recebeu a mão de sua mãe. Aquilo me dava apenas mais saudades da minha, dos corretivos que ela me dava, das lições que ela me passava, dos ideais que ela me ensinava.

O que é mais sagrado no mundo do que uma mãe?

A lagrima mais uma vez escorreu do meu rosto e caiu no chão da sala. O único liquido que escorria do meu corpo normalmente era suor, mas recentemente eu chorava mais do que nunca. Andei ate mãe e filho, abraçando-os juntos.

--Obrigado por tudo. – Disse a ambos.

Eu havia me tornado uma nova pessoa. Com os braços com que eu abraça ambos, sentia que podia abraçar o mundo, abraçar o sol. Não somente abraçar, mas também sentia que podia proteger.

Essa era minha missão.
Afinal, a verdadeira missão do Islã é a paz.

--Aonde iremos? – Pergunto.

#62

We Can Be Heroes - Página 7 Empty Re: We Can Be Heroes

por Zeus 03/02/16, 07:30 pm

Zeus

Zeus
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
O abraço foi longo.

Porque um abraço, de fato, tem que ser longo. Ou então, não o faça. Porque um abraço é a condição mais básica de um abrigo. E quando tiver só o frio, o silêncio e uma lembrança, envolva os próprios braços em seu corpo. E, por um segundo, tudo parecerá bem. Os monstros continuarão lá fora. Os pesadelos ainda se esconderão no escuro. A vida continuará dura. Mas tudo vai estar bem.

E tudo estava bem.

-
Shlomo, você... não pode ir. Você sabe. - Elisheva não estava mais chorosa, ou preocupada. Sua voz agora soava como a de uma mãe. Advertindo o seu pequeno. Que abaixou a cabeça. Vergonha?

-
Devo ir. Nora precisa de minha ajuda. Nós vamos... para o lar de seu pai, nos dias atuais.

#63

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por Nora Al-Rashid 03/02/16, 07:36 pm

Nora Al-Rashid

Nora Al-Rashid
Filho(a) de Febo
Filho(a) de Febo

O Calor retornou.

Eu havia passado minha vida inteira no calor, sofrendo com as altas temperaturas da Síria. Temperaturas estas que ficavam ainda maiores no deserto no qual eu combatia. Deserto este que agora estava tomado por homens vestidos de preto.

Mas ali eu me sentia segura.

Poderia ter ficado pra sempre naquele abraço, mas sabia que minha missão ainda estava longe de terminar. Muito pelo contrario, ela não havia nem mesmo começado. Limpo as lagrimas com o antebraço esquerdo, esfregando os olhos.

--Sentirei saudades Elisheva – Digo. Deposito um beijo na testa da Judia.

--Eu estou pronta Abdullah. Guiada pelo meu pai de alma, eu encontrarei meu pai de carne.

#64

We Can Be Heroes - Página 7 Empty Re: We Can Be Heroes

por Zeus 11/02/16, 05:18 pm

Zeus

Zeus
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
Qual era o seu nome de verdade?

Apresentou-se para Nora como Abdullah, e era chamado pela sua mãe por Shlomo. E, talvez, essa conjunção de letras que, por convenção social, formavam nomes fossem somente títulos. O servo do Senhor. O pacífico. E o homem alto, magro e com coque de samurai, filho de uma judia e com traços árabes fosse mais do que qualquer formação de letras pudesse exprimir.

Maior do que qualquer olho pudesse testemunhar.

E, por isso, ele sorriu. Havia melancolia escondida por trás da curva de seus lábios, mas fingiu que isso não importava.

Se aproximou de Nora, e a tocou.

E ela viu tudo.

-

No princípio, o Criador estava sozinho.

Apenas o silêncio e a escuridão lhe faziam companhia, num lugar onde não havia lugar. E num tempo quem que não havia tempo. Onde todas as dimensões eram uma só. E elas tinham um nome. No meio do silêncio e da escuridão, ele fez a sua primeira criação. Uma criatura. Nua e bestial. Fez companhia ao Senhor enquanto Ele arquitetava o seu grande plano.

Então, quando debruçou-se sobre o projeto da criação, acusou o Criador de insanidade.

E foi jogado.

Caiu ao inferno, e, até hoje, era conhecido como Primeiro dos Caídos. Mas isso não é sobre Satã, sua queda, ou mesmo sobre a criação.

Isso é sobre um dos sete. Um dos primeiros filhos do Senhor. O primeiro deles. E o que foi gerado no princípio. Luz.

Luz percorria toda a eternidade, trazendo esperança para onde isso havia sido esquecido. E, depois de dois mil anos, Luz voltou para a Terra, com uma promessa. Imitando ao seu pai, vestiu-se de homem e trouxe vida para o ventre de uma mulher. Essa mulher tinha nome: Elisheva. Mas o filho não.

Como poderia ter?

Filho do primeiro dos sete. A Luz do Mundo. Abdullah, Shlomo, ou seja lá o como chamavam-o, era a salvação de todo o universo. Com ele, todo o mundo poderia conhecer a luz. Com ele, todo o mundo poderia encontrar a esperança. E tudo o que precisava fazer era dar a própria vida pelo mundo. Dar o seu próprio sangue por aqueles que se alimentam de pobreza e morte. E a sua carne por aqueles que abandonam os seus filhos e destroem seus irmãos.

Sua alma subiria como incenso nas narinas do Criador.

E tudo ficaria bem.

-

Nora abre os olhos, e tudo não estava bem.

Abdullah sorri de soslaio. E novamente há a melancolia usual em sua boca. Ele dá de ombros, e seus olhos se fecham por meio segundo.

-
Agora você sabe. E sabe por que eu devo fugir.

#65

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por Nora Al-Rashid 13/02/16, 06:36 pm

Nora Al-Rashid

Nora Al-Rashid
Filho(a) de Febo
Filho(a) de Febo
Mergulhei em uma historia mais profunda e antiga do que qualquer uma que eu já tivesse lido em meu livro sagrado. Aquelas cenas eram vivas, mais vivas do que minha própria alma. Eu me sentia ali, me sentia ao lado do criador enquanto observava aquela cena.

Meus olhos se encheram de lagrima.

Não existem palavras para descrever o que é presenciar a aurora da criação, mesmo que em apenas uma visão. Eu não podia ver sua face, não podia ver sua forma, não podia ouvir sua voz. Mas ele estava ali, o altíssimo, senhor de todas as nações. Era apenas uma visão, mas eu nunca havia me sentido tão alegre em toda a minha vida.

Estiquei o braço, desejando que eu fosse capaz de tocar o senhor.

Mas era impossível, eu apenas podia ver. No entanto, minha mente ou alma não era poderosa o suficiente pra compreender totalmente aquela visão, me mostrando apenas luzes e presenças. A única coisa que eu podia ver era a oba de criação exercida pelo senhor. Observei a criação da luz e da escuridão, as duas primeiras obras feitas por Allah. Eles tinham poder, e assim como Allah agora eu sentia sua presença.

Em seguida ele criou o caído, o invejoso, o primeiro de todos os seres infernais. Pensei que aquela seria uma lição sobre o inimigo, e como nós tínhamos de derrota-lo. Contudo, estava muito longe disso. Voltei a ver a primeira obra do senhor, a luz, e foi ai que tive a maior revelação.

O homem que havia levado a paz a minha alma pela primeira vez, o mesmo que havia voltado a vida, era filho da luz. Isso me lembrava a historia de outro profeta islâmico, Jesus, que os cristãos insistiam em dizer que era filho de Allah. Talvez fosse. Percebi ali que eu não compreendia nem mesmo 1% da obra do criador.

Os planos e a obra do senhor eram gigantescos, muito maiores ate mesmo do que Mohamed soube.

Quando a visão se foi, nos meus olhos já não existiam lagrimas, mas sim um sentimento de pena e um peso no meu coração, como pode um ser vivo carregar um fardo tão grande quanto o de Abdullah?

Todos nós viemos a terra com uma missão.
Mas a missão dele era a mais difícil de todas.

--Você diz que vai fugir de sua missão? Você não quer dar a vida por... – Travei.
Afinal, o ser humano se matava a cada dia mais. No fim, não era uma decisão tão simples decidir dar a vida ou não para uma raça como a nossa.

--Eu sou muito pequena para entender o tamanho da decisão que você tem, e de todo o peso que você carrega. Eu sou apenas um soldado, me perdoe. A Minha missão é apenas lutar em nome do senhor. – Revelo.

#66

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por Zeus 16/02/16, 03:58 pm

Zeus

Zeus
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
Abdullah havia morrido.

Os próprios olhos de Norah testemunharam o acontecimento. Uma bala. Menor do que o seu dedão. Era o suficiente para acabar com algo tão complexo. O suficiente para silenciar milhões de pensamentos que cantam nem sempre em harmonia. O suficiente para terminar com algo que tão único, que o Criador havia construído com as próprias mãos e soprado o fôlego de vida em suas narinas.

Mas suicídio não era sobre salvar a todos. Era sobre salvar a si mesmo.

E, talvez, o garoto nunca encontraria alívio para o imenso pesar que carregava sobre os ombros. Por que tinha de carregar o fardo da salvação consigo? Ao olhar para os lados, via um mundo que, desesperadamente, precisava. Mães que estavam longe de seus filhos. Filhos que tornaram-se órfãos. Irmãos que perderam seus iguais por muito pouco, ou quase nada. Amores que se perderam no passado e nunca vão se encontrar de novo.

Por outro lado, não mereciam. Mães que abandonavam os seus filhos. Filhos que destruíam seus pais. Irmão continuava a matar irmão. Via o sagrado se tornar profano, pelo simples toque da mão humana. Via a inocência ser roubada. Lhes deram espelho e viram um mundo doente.

Era isso que Nora via, ao dar as mãos para Abdullah. Era isso que sentia. A mesma sensação do mundo sobre suas costas. Uma cruz feita para outra pessoa, que ele agora carregava.

Um sorriso nasceu nos lábios de Elisheva, e era como marcas de pneus no asfalto depois de um acidente. Ela sabia o que estava a acontecer. Balbuciou um adeus. Tanto para o seu filho, quanto para Nora. Em seu coração havia uma semente de mostarda. Pequena a ponto de ser quase insignificante. Mas, se florescesse, haveria de se tornar a maior das árvores. E teria nome: Fé.

A luz inundou a sala como quando o Criador trouxe água para varrer o mal do mundo. E a maré levou Nora e Abdullah pelo mundo. Tinham visões de lugares em que chamaram de lar. De pessoas que pensaram ter amado. Momentos em que um pedaço de seu coração se perdeu. Toda a sua vida. E, os dois, sentiram que podiam ser heróis.

Mas só por um dia.

Porque, quando chegaram, já era noite. O acampamento estava aberto, e Abdullah abraçou a sua amiga antes de ir embora. Em poucas horas, o pai de Nora Al-Rashid traria o dia para aquela parte da Terra. Mas eles não poderiam mais ser heróis.

Porque heróis tinham amor. E eles não.

Dentro de seus corações, havia guerra.

Guerra era lutar pelo que se acha certo. Guerra era manter-se firme por um mundo que não vale a pena. Amor era despir-se para ficar sozinho com os pecadores, e os perdoar. Amor era abraçar o mundo, e ser abraçado.

E guerra era fácil.

Mas o amor...

Amor era difícil.

Nunca é o fim

Nora Al-Rashid
Experiência: 6000
Dracmas: 3000
Arco Longo
Aljava de Couro
Flecha de Bronze Celestial [20x]

#67

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