O filho de Marte parece sentir-se desafiado pelo ritmo de batalha da dragona branca.

Os dois dragolins que saltavam sobre lorenzo são cortados no ar sem entender de onde saiu aquela lâmina enorme. O garoto conseguia sentir a aproximação daquelas criaturas de todos os lados. Uma dúzia? Não. Aquilo tinha mais. Ou eles estavam mais afastados ou o som da batalha tinha chamado a atenção de mais das criaturas ao longo daquele corredor. O garoto se vira pros dois que restaram dentre os primeiros desafiantes. Agora, ele tinha matado... Quatro? O dragolin que ele havia chutado no focinho se aproximava junto aos outros dois, os olhinhos brilhando de malícia. As criaturinhas olham pro semideus mas, apesar de sua fome e ferocidade, seus instintos as mantinham no lugar. Como hienas que sabem que morrerão se atacarem um leão descuidadamente. Aos poucos as ferinhas voaram pras paredes e pro teto, e preencheram o chão mais à frente. Elas formam uma espécie de cerco em semi-circulo à frente do semideus, meticulosamente no limite do alcance de sua espada, ele percebeu.

então, o primeiro dragão pareceu engasgar. Um brilho em sua garganta e Thump!, ele dispara uma bola de fogo contra o guri. A espada moveu-se apenas alguns centímetros pra bloquear a bola de fogo que ia contra o rosto de Lorenzo, mas ele faz outra careta quando percebe o que viria a seguir. Se eles podiam cuspir fogo, e sabiam que morreriam se se aproximassem mais um passo sequer...

O garoto observa todos os dragões engasgarem. Um segundo depois, uma chuva de bolas de fogo voa contra lorenzo, que tem apenas dois metros de distância para trabalhar.

Lorenzo e Presa-de-gelo recuam juntos ao sinal do semideus. Os dragões se amontoam tentando alcançá-los, e logo as bolas de fogo voam no ar. Porém todas são dissipadas, sopradas pelo primeiro golpe de Lorenzo. Uma parede de ar se deslocou pelo corredor, criando um vácuo que desequilibrou os dragões presos no teto. O segundo golpe, mais fraco mas ainda intenso, mandou todos rolando pelo chão. Mas não foi tudo.

Ah, ótimo. , fala Presas-de-gelo. Lorenzo não entende de imediato, mas logo ouve... Um leve tremor. O som de rachaduras se espalhando ao redor. Ele compreende que o túneo está ruindo pouco ante do chão e do teto cederem em simultâneo, e eles despencam em escombros dentro de uma caverna ainda maior do que a que estavam. Escuridão e poeira nublam a visão de todos e Lorenzo quica várias vezes de rocha em rocha, sente pedras enormes batendo contra ele e por fim, tudo fica meio escuro e turvo.

Você... Você está vivo, não está?, fala Presa-de-gelo, e sua voz desperta Lore. Apesar disso Lorenzo percebe pelo tom mental da dragona que ela própria não está muito bem. Lore se levanta mas não consegue ver muita coisa. O som de pedrinhas caindo e guinchos indistintos, além de cheiros intensos de mofo, carne, sangue... E monstro. Aos poucos seus olhos começam a se adaptar ao escuro, mas a nuvemd e poeira ainda nubla qualquer coisa além de 2m de visão. Presas-de-gelo estava sob alguns escombros, mas tenta empurrá-los com dificuldade.

Lorenzo sente uma forte dor no joelho direito, nas costas, nas costelas e na cabeça. Os corpos de alguns dragões estavam ali, soterrados ou estirados. Ele parecia no fundo de alguma caverna. mas o leve fluxo da fumaça indicava que ela fazia parte de outros túneis.

Em meio aos destroços caindo Lorenzo ouve um grito assustado. O garoto olha pra cima e de repente uma coisa enorme cai em cima dele com um estrondo. Lorenzo vai ao chão sob o peso daquela coisa meio dura, meio macia. Ele leva um tempo pra perceber que era... uma cama. E em cima dela, estava um garoto loiro e bonitinho jogado.

- Eno guaraná adicionado à missão. Encontre seus equips caídos por perto aí. Você tá de pijama, e vai continuar assim, sem dignidade.

- Lorenzo levou uma sentada de Eno e perdeu 40 de HP pra ficar esperto;