Agora eu ia matar. Mas primeiro me acalmei. Tinha algo acontecendo. O maior estava mais distante de mim e o que me atacara tinha recuado, enquanto o outro vinha pela esquerda avançava com sua adaga empunhada da mesma forma que o anterior. Let's go!!!

Ficaria parada até ele se aproximar de mim, deixando-o crente que me pegaria da mesma forma que o anterior, ou seja, sem eu saber de onde viria o golpe. Então quando ele estivesse bem próximo eu ergo minha espada na direção dele e colocaria o peso do meu corpo na direção dele para que meu peso fizesse pressão (vou magra e pouco forte). Se fosse pra competir uma espada com uma adaga, eu o alcançaria primeiro.

-- Como poderás ganhar sem nem entender o que se passa? -- Ele ri novamente -- Nunca...

Na verdade nunca pensei em ganhar. Na verdade, de manhã eu sequer sabia da existência disso tudo e por causa de uma proposta de lar eu teria que arriscar tanto minha vida? Na verdade eu estava desistindo desse tal lar. Eu faria de tudo para sair daquele lugar viva e nunca mais encontrar um monstro. Desejava em meu intimo matar aquilo e voltar para minha vidinha.

"Na cidade dos anjos, após vencer o homem de três vidas seu caminho será revelado". Disse Lupa. O homem de três vidas, ela não disse os três homens, de onde vieram esses dois? Eles se pareciam tanto. Lá vinha o da direita da mesma forma. Mantive minha concentração e na hora em que ele viesse em minha direção defenderia de sua adaga com a minha espada e antes dele recuar iria correr na direção do maior. Se tinha alguém ali que tinha um segredo era ele, o único que não se movia. O que quer que estivesse acontecendo eu precisava entender, não era possível que aquela sala tinha mudado tanto. O que quer que fosse estava mexendo com minha cabeça eu tinha que ver o que meus olhos não estavam conseguindo.

De fato estava claro. Lupa não tinha errado com relação a quantidade de oponentes nem mesmo o porteiro do lugar ao me dizer "que ele estava me esperando". Aquele do meio controlava os outros dois. Era a vida dele e mais dos dois. Como se fossem marionetes presas não por cordas mas pela vida. Se eu matasse o certo aquilo poderia acabar e o que prendia os demais deixaria de existir. E eles tinham uma sincronia que eu já conhecia. Um aproximava e o outro afastava enquanto o maior permanecia parado, provavelmente quem os controlava não conseguia fazê-los atacar ao mesmo tempo. Não iria correr na direção do maior como eu fizera anteriormente. Iria me defender e dar um passo na direção do maior e faria isso até me aproximar o suficiente para corta-lo com minha espada. Se eu estava pensando com clareza, se fosse ele o manipulador ou ao menos o canal da manipulação ele tinha que manter a concentração para prender os demais. Caso eu consiga acertá-lo mas não matá-lo talvez ele possa perder a concentração que possibilita a manipulação dos terceiros.