Filhas de Demeter!

O primeiro a avançar pareceu não ter muita sorte, já que até aquele ponto, a garota não tinha mostrado qualquer resistência além de fugir desenfreadamente pelo parque, o monstro não imaginou que ela pudesse se defender e, apesar da imperícia com a arma recém adquirida, o movimento básico, apontando a afiada e bem trabalhada ponta de carvalho perfurou o pequeno corpo do Dilldap fazendo-os virar pó de ouro.

Os outros dois pareceram notar a morte de seu irmão e, em poucos segundos já cercavam a semideusa, cada qual em um de seus flancos, as asas entre abertas, as orelhas em pé e seus músculos levemente flexionados. Pareciam dispostos a não deixar que o mesmo erro de seu irmão se repetisse.

Atrás de si, a marcha do bando que havia ficado para traz junto ao Salgueiro Lutador, parecia se intensificar conforme eles se aproximavam.

thanks juuub's @ cp!  

Filhas de Demeter!

A oração pareceu não ser atendida, mas a criatividade da semideusa em compor sua defesa foi bem sucedida no momento em que a lebre se esquivou de sua investida, mas logo foi pega pelo giro, lançando os dois Dilddaps contra uma árvore, cujos galhos se enroscaram no corpo das lebres, apertando-os até que explodiram finalmente.

Ao redor da semideusa, o campo gramado pareceu florescer com várias flores silvestres quando uma figura de vestes esvoaçantes nas cores da primavera se materializou ao seu lado.

— Ah, que bom que você conseguiu segurá-los até eu parecer... — Um cheiro adocicado tomou o recinto talvez provindo da mulher de cabelos loiros, com tranças feitas de várias espécies de flores diferentes, ou talvez fosse mesmo do campo. — Tome...Esse é meu presente pelo que seu pai fez por meus campos quando uma praga se alojou nele... — Disse, dando o que parecia ser uma pulseira de flores como as do campo. — Siga a trilha até a montanha, vou fazer o possível para segurá-los... — Falou, mostrando a trilha, cujas as árvores pareciam abrir caminho conforme a visão da garota se adaptava, subindo diretamente para um relevo montanhoso considerável em pleno parque, mas que a garota jurava nunca ter visto antes.


— A amiga é surda, né? — Falou a Dríade sem paciência — Eu disse que não sabemos o porque, só parece que está tudo errado, irmã...Nada está realmente funcionando direito...Agora, se me der licença, vou me preparar pra esse maldito inverno. — Ralhou e simplesmente sumiu.

Entendendo suas limitações, a semideusa escolhe um dos Pégasus mais mansos e parte em sua derradeira viagem cruzando os céus em direção à Carolina do Norte, onde nota que o vento esta frio, gélido, e mordaz, quase furioso, mas os primeiros 40 minutos foram apenas de turbulências leves. Quando estava prestes a chegar em Durham, a semideusa percebeu que o tempo havia se fechado e que raios e trovões cruzavam o céu como se premeditando uma tempestade cruel.

Das nuvens, três formas se desprenderam e o pégaso passou a relinchar de medo, dando coices e mais coices em pleno ar.

thanks juuub's @ cp!  

Filhas de Demeter!

Atrás de si, as lebres pareceram cessar seu avanço quando chegaram no campo de flores e, mesmo já estando longe no caminho, a pretensa semideusa fez menção de retornar para sentir a deliciosa fragrância que tomou conta do ar, mas a ordem da ninfa a fez prosseguir subindo o caminho que serpenteava pelo pequeno monte, até o que parecia ser um grupo de cinco pedras empilhadas de forma aleatória no cume do monte.

Por um breve momento, tudo parecia tranquilo e, na pedra, uma nova ninfa estava sentada, sua expressão era mais rígida do que as outras que encontrou, embora tão bela quanto as demais, seu corpo parecia de uma halterofilista digna de um belo prêmio sem gordura nenhuma, trajava o que parecia ser uma armadura feita de pedras, quase como se tivesse saído do seriado dos Flintztonnes. Ela olhava pro céu apreensiva.

— Nunca imaginei que chegaríamos a esse ponto, mas a prova esta bem ali. — Ela falou, e seguindo o seu olhar, a menina podia ver um grupo de dez pombos rodeando um menino que lembrava muito o Petter Pan. — Ele vai te ajudar...Acho...Difícil ter certeza com semideuses, mas você vai ter que acompanhá-lo e não vai ser nada legal, por isso vou te dar isso. — Ela prendeu na garota uma tornozeleira feita de várias pedrinhas que podiam ser encontradas no chão. — Não é tão bonita como a minha, mas sejamos sinceras, seu corpinho não vai aguentar...Agora é melhor se preparar, porque lá embaixo a coisa não tá muito melhor. — Ela se ergueu e uma estalactite se formou em sua mão, de modo que ela a espetou numa das rochas grandes e este se modificou até virar um martelo.

Com passos pesados, a grandona desceu de encontro ao já conhecido estouro da manada que vinha acompanhando a peregrinação da semideusa até aquele ponto.

Do céu, um garoto de quinze anos despencava, acompanhado dos pombos, que, quando olhados mais de perto, eram bem maiores que isso, com barrigas protuberantes quase como se tivessem grávidas e um rosto de ave bem zangada.


A semideusa aterriza com seu Pégaso, que assim que desmontado, corre desesperado para longe, levantando vôo mais a frente e desaparecendo de vista, ou seja, vazou!

Os Ventis obviamente seguiram a semideusa, tremeluzindo entre suas formas humanoides e suas formas equinas, como se fossem incapazes de decidir por qual delas seriam conhecidos, se é que gostariam de ter uma forma. Um raio caiu ao lado da semideusa lançado pela criatura mais atrás, mas os dois restantes pareciam indispostos a parar seus avanços e esta resolveu correr para um parque próximo, onde viu-se cercada de uma vegetação domada, com a relva rasteira e algumas árvores que não atrapalhariam os piqueniques em volta do lago que tomava praticamente toda a extensão.

O primeiro a avançar foi o com o lança, seguindo na direção da semideusa em linha reta para empalá-la num avanço veloz, enquanto o com a espada e escudo parecia já estar pronto para atacar logo após o da lança. De cima, o terceiro acumulava energia em sua mão para o disparo do raio.

thanks juuub's @ cp!