Um relâmpago creptou na clareira e boa parte dos monstros foi obliterada, servindo de distração para os que cercavam a semideusa, que conseguiu acertar mais dois antes de receber uma chifrada nas costas, que a fez se desequilibrar e cair, embora não tivesse penetrado o peitoral de madeira.

Quando levantou, viu que a área estava limpa, provavelmente um de seus aliados tinha dado jeito no que havia lhe causado a queda. A tríade estava exausta e se arrastava para cima, pelo caminho que Kyle e ela haviam vindo, enquanto o garoto seguia para o pequeno bosque.

- Vamos Kate, parece que as coisas estão ainda mais feias a diante. - Disse o semideus, enquanto a chuva começava a se precipitar acima dos dois.

A dríade agradece com um aceno simples, mas prossegue sem dar adeus a menina. Ela ainda era nova e não tinha noção do quanto os deuses se esquecem do favor que recebem de outras criaturas e simplesmente agem como se todos os devessem.

Kyle adentra no bosque com a menina em seu encalço, mas ele estava andando rápido demais, guiado por algum instinto primitivo, o garoto correu e, por algum motivo, a mata se fechou ao redor da garota, que rapidamente perdeu a trilha em meio a chuva torrencial que começou a cair.

Por entre as árvores, algo começou a sibilar até que finalmente tomou forma, andando sobre suas quatro patas e com uma coloração bem precisa. O que ela ouviu, no entanto, foram alguns sussurros que lhe diziam: Cuidado!

O primeiro bote foi rápido, ignorando completamente a pergunta da semideusa, mas ela estava pronta para se esquivar, percebendo de imediato que a cabeça recuara no momento em que não conseguira abocanhar a semideusa, como se com medo de um contra-ataque. Veneno escorria de suas presas, pingando no chão e espalhando um cheiro nocivo.

Os músculos fortes da cauda se comprimiram e o membro voou rasteiro na direção da menina, enquanto a o pescoço se contraiu talvez pronto para pegar a semideusa no ar.

A semideusa, que apesar de sua inexperiência, não falhava em sua sagacidade, pula para trás, livrando-se do ataque da cauda, colocando a ponta da lança no lugar de seu corpo, de modo que o monstro empalou o céu da boca com a lança, afastando-se logo em seguida contorcendo-se de dor e raiva, mas inteira o suficiente para avançar contra a garota com seu corpo imenso, dessas vez com as suas garras dracônicas, na intenção de partir a garota.

A semideusa, quase sem entender ainda seus poderes, mas guiado por seus instintos, faz a água se acumular ao seu redor, de modo que a despreparada serpente-quadrupede acabou por se atrapalhar nas suas patas dianteiras, seja por causa do ferimento anterior ou pela surpresa da evasiva, acabou por cair com a cara no chão, dando tempo para a semideusa fincar a lança em suas costas, mas não foi ágil o suficiente para se livrar da cauda, que veio como um soco no seu peito, lançando-a de contro as grossas trepadeiras que envolviam àqueles 20m quadrados onde a batalha acontecia.

A criatura finalmente se recuperava do escorregão, agora com o ikhor dourado escorrendo pelos ferimentos, seus olhos furiosos enquanto se aproximava com cuidado da sua presa.

Mapa