Eu pensava se possuía a agilidade necessária para escapar de algum dos lasers apontados para minha cabeça mesmo que eu não pudesse ver de onde eles estavam mirando, entretanto, esta era uma teoria que eu não gostaria de testar na prática. É meus amigos, parece teria meu final trágico de modo não-glorioso, mas num momento de surpresa coletiva o garoto de Afrodite levanta-se como se soubesse o tempo todo o que fazer e só estivesse esperando nós entrarmos em colapso e para cardio-respiratória para se pronunciar e degolar nossos pescoços caso estivesse errado. Porém, seu raciocínio era invejável no melhor sentido da palavra. Desenrolando as apalavras sem muita dificuldade, chama a atenção das estátuas diferenciadas para si.

[color=Oh cagada, estaremos vivos?[/color]

Eu esperava do fundo da mente que ele estivesse certo e sobrevivêssemos a mais uma. Talvez eu estivesse suando frio ou alguma coisa de errada estava acontecendo comigo.

A adrenalina de quase morrer por não saber responder uma pergunta estava me matando. Que porra! Eu me sentia de volta ao ensino médio, tentando responder às questões de álgebra enquanto minha dislexia fazia os números dançarem Triller diante de meus olhos. Mas ali, eu morreria de desse a resposta errada.

Quando atravessamos as portas, dou de cara com um momento aterrorizante onde meus olhos vêm apenas... Escuro. A, vá. Agora eu sou só um mortal, ótimo. Justo quando aprendo a usar meus poderes, são tirados de mim.

Mas então as luzes se acenderam, e relembrei depois de muito tempo o alívio que é enxergar novamente, livre da escuridão. Pisco uma vez e olho o ambiente em busca do que seria nosso próximo desafio mortal. E aparentemente, seria uma carta assassina, e dois minutos de... Energia? Certo. Então tinhamos dois minutos para entrar no elevador, mas... Havia algum enigma, ou só tínhamos de entrar mesmo?

Caminho cuidadosamente corredor-afrente, estudando as paredes, o piso e o ar para conferir se não há nenhum tipo de orifício, placa de pressão ou laser, respectivamente. Se estiver seguro eu avanço para observar o elevador e se há dentro dele algum espaço para passar/inserir cartões... O que provavelmente justificaria a utilidade da carta em cima da mesa. Se tiver eu aponto com um dedo pra alguém aleatório que esteja mais próximo de mim.

Se não houver nada dou um suspiro. Lamento mentalmente não ter um cigarrinho, nem um chiclete, nem um beck e nem acesso às torradas dentro de minha sombra. Umas torradinhas cairiam bem...

No mais, a qualquer sinal de perigo pulo pra me salvar, ou pra trás de alguém

Eu nunca tinha jogado um jogo para saber se eu gostava ou não... quer dizer, até aquele momento, e decidi que não gosto de jogos.
O plano do filho de Afrodite funciona com perfeição e isso salvou nossas vidas. É, eu já sabia que ele tinha os momentos de brilho dele, o que era muito útil.

Chegamos uma sala idêntica à primeira, porém dessa vez sem estátuas e a voz nos diz que tínhamos conseguido terminar aquele desafio. Vou até a mesa e pego a carta de 2 ouros...

-- Quando entramos na primeira sala a voz já tinha começado a explicar as regras, e a única coisa que ela ouvimos foi "... de ouro". Talvez a informação que estivesse faltando seja o número 2 da carta. -- Digo para os sobreviventes do local. -- O que são 2 dias de passe, eu não sei o que pode ser, mas é curioso ser o mesmo número da carta que encontramos. . -- Guardo a carta junto com meu grimório das almas e continuo falando com o grupo -- Vamos tentar explorar mais a área e procurar por mais alguém.. além de provisões. Se o café estava podre pode ser que não tenha comida fácil.

Escuto Henry dar sua opinião e levanto minha sobrancelha, pensando que não poderia deixar de ser uma possibilidade também.

-- Vamos ver se ela funciona de algum jeito no elevador e sair logo daqui, afinal depois de 2 minutos teremos que descer de escada. -- Digo e aceno com a cabeça para o elevador.
Tento ver se a carta se aplica de alguma maneira no elevador, e se não, deixo ela bem guardada mesmo.

Pular de uma situação incômoda para outra desesperadora era algo que supostamente eu deveria estar acostumado a vivenciar, mas não é assim que as cadeiras giram em torno da mesa. Correndo em direção ao escuro entramos numa outra saleta semelhante as anteriores, diferenciada pelos detalhes nada sutis. Minha vontade era de explodir parede a parede forçando a passagem por meio das salas que poderiam existir após cada corredor escondido diante de nós, mas a realidade é outra. Desprovidos de nossos poderes, longe de casa e se o mínimo de boa comida era de se esperar que uma hora ou outra começássemos a entrar em colapso. Sorrio comigo mesmo. Quando foi que me tornei tão dependente de minhas habilidades que afloraram somente após a reclamação parental e esqueci dos demais anos que vivi alheio a tais capacidades inatas?

Recosto-me na parede e vou contanto os segundos enquanto tento usar de meu radar mágico para sondar o conjunto de estruturas microscópicas cujo dorso desliza em direção ao chão (até concreto divino precisa de algum tipo de terra seja arenosa ou calcária para construir sua resistência, a menos que seja Névoa). Não é porque minhas habilidades estão com interferência que significa são totalmente inúteis. Ao invés de procurar a origem do bloqueio eu devo tentar entender como isso afeta meu desempenho e, talvez, só talvez, também tenha uma ideia de como funciona nos outros semideuses. Afinal, o autoconhecimento é uma das chaves para o sucesso. :fucckit: Se fosse algo externo do edifício precisaria de algo que retransmitisse o bloqueio mágico até nós; se fosse do próprio prédio, de igual forma precisaria de um canalizador através de algo que nos rodeasse ou que estivéssemos em contato constante - como o chão, o celular ou algo implantado em nossos corpos sem que tenhamos percebido normalmente. Apenas ligar ou desligar a magia de nossos corpos, entrelaçada em nosso sangue é bem mais complexa que qualquer mortal e mesmo deuses seguem as regras da natureza mágica - ou eu me enganava que deveria funcionar de tal modo.

Mesmo não tendo total atenção aos outros guerreiros a minha volta sabia que eles se concentrariam em resolver a questão imediata imposta pela charada. Pode ser autoestima elevada ou orgulho ferido, mas a eu cabe a tarefa de procurar brechas/falhas/aberturas mágicas que pudessem indicar um auxílio aos demais. Contudo, se minhas buscas não resultassem no mínimo indício - ainda que aparentemente insignificante - eu seguiria até a mesa no centro e deitaria em cima dela com os braços estendidos em posição de cruz e recomeçaria a investigação sobrenatural a partir de um outro ponto. Não posso desistir tão cedo, preciso fazer algo de útil mesmo que eles não entendam os meus motivos.

Caso consigam resolver a questão imposta, sigo com eles para o próximo nível. Se não conseguirem e formos morrer, pelo menos cada um está realizando sua parte para manter o couro quente.

Nível 10 - Conhecimento do Mago: Um dos maiores passatempos dos filhos de Magia é a leitura de livros sobre seu assunto preferido: Magia. Estes semideuses possuem uma predisposição natural enorme para aprender sobre tipos de magia e reconhecem-nos com facilidade, interpretando e "decodificando" feitiços com facilidade.

Nível 2 – Sensibilidade Terrestre [Inicial]:O filho de Plutão é capaz de “sentir” o terreno à sua volta, sabendo as propriedades da terra, passagens e túneis. A sensibilidade nesse nível se estende por uma área de até 5 metros de raio.

Nível 1 – Herdeiro da Magia: Dentre os vários dons herdados de sua mãe, os filhos de Magia possuem a capacidade de enxergar durante a noite e são capazes de sentir a assinatura de auras mágicas ao seu redor, pertencentes a criaturas (pode identificar outros magos e semideuses) ou objetos mágicos (dependendo da força do item mágico). O seu alcance e sua sensibilidade à magia dependem do número total de WIS em metros. Também desprendem de seus corpos uma aura mágica de igual grandiosidade. A precisão dessa habilidade aumenta quanto mais próximo do alvo/oponente, e diminui quanto mais longe.

Olho para Clare com cara de

- Você só esqueceu que não tem escadas, só o elevador. A perguta é: Vamos entrar ou não?

Tiro um tempo para observar os arredores da sala pra saber se tem alguma janela e mensurar se estamos numa altura razoavel, assim daria pra saber se estamos andando reto, subindo, enfim. Aproveito pra arrastar o Shouto comigo porque eu quero.

Paro rapidamente para ver quantos andares o elevador possui e apresso o pessoal pra saber se vão ou não. A minha sugestão seria de ir para o ultimo andar logo, já que o Empire State leva ao olimpo.