Encontro uma boa garrafa de whisky e a guardo sem pestanejar, qualquer gota de alcóol era bem vinda em um possível futuro combate. Vejo que ao saquear o corpo do coitado morto, Henry havia achado algumas cartas e aguardo ele comentar sobre. Enquanto ele fala, olho com admiração não tão escancarada em meu semblante, mas ainda assim presente. Era a primeira vez que eu conhecia diretamente um filho de Afrodite e estava surpresa ao perceber que ele além de muito bonito, era inteligente, e falava de uma maneira muito cativante. Então, quando ele sugere a nova formação de grupos, eu concordo e olho para Clare com um sorrisinho animado.

- Bom, o que acham de sermos um trio? - Digo me aproximando saltitante da filha de Hades, esperando que Ahmar fizesse o mesmo. - Eu acho uma boa. Como estava falando com Ahmar, Clare, eu sou boa em causar confusão mental nas pessoas. Então se for como Henry falou e tiver mais gente por aí, eu posso ajudar com isso. Também sei lutar com sabres. Eu nunca vim até Nova York, então não conheço a cidade. Mas pelo caos que parece estar lá fora e pelo estado quase psicótico que esse cara estava, o jogo também deve querer mexer com as nossas mentes. Além disso, as pessoas lá fora também devem estar surtadas e fazendo o que for necessário para sobreviver, é melhor a gente ter cuidado com isso, certo?


Termino de falar e vejo Henry se aproximar, sorrio para ele e pego minha carta. Era 1 de ouro, o que combinava com a que Clare havia pegado, será que isso teria alguma relação? Guardo minha carta em segurança dentro da minha mochila e observo o meu então trio pré-formado, aguardando alguma reclamação ou algo do tipo. Então lembro-me de Shouto alimentando o Corvo e relembro de uma das nossas necessidades básicas, comida. Eu tinha pastel na mochila, podia fazer uvas brotarem.... mas não era suficiente, penso olhando para Lorenzo

- Será que não devem ter suprimentos por aqui? Na cozinha desse lugar ou algo do tipo, esse cara não parecia muito bem alimentado não. - Digo apontando o homem morto. - Com todo respeito, senhor.

Ahmar era fofo, mas tinha uma postura de liderança e um ar de elegância diferente, era interessante como quase todo feiticeiro tinha esse ar misterioso. Será que um dia eu também seria assim? Enquanto fico ao lado da filha de Hades, escuto com atenção o que ele tem a falar. Então aquele lugar tinha uma névoa tão forte que cobria até mesmo nossos sentidos de habilidades mágicas, que estranho... eu geralmente não me incomodava de lutar sem minhas ilusões, mas também parecia perigoso não poder contar com ela. Mas talvez realmente não precisasse, pelas informações cortadas que havíamos recebido poderiam ter mais desafios lógicos por aqui.

- Ahoy! Para o norte então! O Inverno está chegando. - Comento e sorrio para Ahmar. Em seguida escuto as palavras de Claire, por mais direta que ela fosse, não levaria para o coração. Ela estava certa, se nem eles veteranos poderiam contar com suas respectivas habilidades, quem era eu na fila do pão? Concordo com um aceno de cabeça para ela. Então ela diz que vai seguir para o norte e nos manda ir para o sul e um semblante de confusão se instala em minha face. Não íriamos todos juntos afinal? Mas não tento discutir, ela devia saber o que estava fazendo. Então me junto a Ahmar para procurar alguma coisa.

- Ahmar, você acha que as câmeras de segurança ainda funcionam? Talvez a gente pudesse ter uma ideia de outros desafios aqui por perto, afinal esse é o quarteirão mais vigiado de NY, certo? Não é qualquer prédinho não. - Eu comento enquanto procuro por suprimentos e mais mapas ou coisas que possam nos ajudar de alguma forma. Como estávamos na recepção, tento ir até o balcão de checkin e ver se os computadores funcionavam naquela realidade estranha, se é que eles realmente eram computadores e não um amontoado de névoa. Depois de fazer essa busca principalmente por água, balas e biscoitos (que são os itens mais comuns em ambientes de hotelaria/executivo) eu volto até Ahmar enquanto ajeito meu chapéu pontudo. - Então, estamos prontos?