Ouvi por alto o que todos falavam, especialmente Jason e Legit. Em minha mente eu novamente me via perdido em pensamentos inoportunos, infelizes. Mais uma derrota para a conta. Talvez eu não tivesse talento, afinal. Talvez eu fosse ser apenas mais um dos semideuses que deixaram nada mais do que sua lembrança para os demais do Acampamento, a lembrança de um Fulano-que-já-esteve-aqui-um-dia. Saberia Hades disso? Por que havia, por duas vezes, retardado a hora de minha morte, prolongado minha vida naquele mundo? Mais do que triste eu me sentia confuso... Que vida difícil, a de um semideus, penso. Claro, não sou inocente ao ponto de não ter percebido isso, mas... Só agora eu me dava conta do destino ao qual estava fadado. O destino que para a maioria dos mortais não passa de um romance, um charme de histórias de aventura; O destino de uma morte em batalha, de uma morte com dor.
Os minutos se passaram sem que eu percebesse. Assustei-me com a mão de Legit em meu ombro. Senti conforto em seu toque. Pela primeira vez em minha vida eu sentia que tinha, sei lá, um amigo... Um irmão, acho que posso dizer. Um irmão, de fato... Inspiro e expiro lentamente, profundamente. Sim... Que vida. Que vida...
Sento-me na beira da cama. Novamente, inspiro e expiro. Pouso minha mão sobre a de Legit em meu ombro por um momento, apertando-a de leve em agradecimento. Então levanto-me e vou tomar um banho demorado. Gelado, para despertar o corpo e a alma, para limpar as impurezas de ambos. Lavo meu cabelo e esfrego bastante o rosto.
Já que tenho de viver esta vida miserável, será em meus termos, decido em mim, enquanto a água cai em minha cabeça e escorre por meu corpo. Eu estava vivo. Vivo, caralho. Apesar de tudo ainda respirava, andava pela terra, ainda via dias e noites, o céu e o mar... Ainda podia sentir o sabor do café e o trago de um cigarro. Ainda sentia a dor de minhas feridas e o prazer do toque de um amigo. Quantas outras coisas não haveriam para ser descobertas, prazeres e aventuras a serem explorados...? Minha vida me fora dada por três vezes, e eu estava cansado de arrependimentos e dúvidas.
Termino meu banho e volto para a enfermaria. Encontro Legit e encaro-o nos olhos.
Legit, me desculpe. Eu perdi o controle. E por um momento, o juízo... Estava cansado, e sem saber o que fazer com tudo isso, com toda essa situação... Acho que não estava pronto. Não estava preparado para uma missão como esta, para enfrentar inimigos tão complexos e lidar com toda esta pressão de lidar com o desconhecido. Mas agora eu estou bem. Não vou te decepcionar mais uma vez, então... Continue confiando em mim, está bem? Obrigado, irmão.
Por fim, o abraço. E percebo com certa surpresa que estava abraçando alguém pela primeira vez em minha vida.
Afasto-me dele segurando-o pelos braços por um momento e sorrio, sentindo-me mais leve. Forço-me para lembrar do que ele e Jason falava antes... A loja era a manifestação daquela caverna, sim... Ok. Explorar era uma coisa em que eu achava que era bom. Enviar os corvos na frente e compartilhar de sua visão era uma coisa muito útil, e aumentava a nossa segurança ao antecipar perigos por nós.
Digo para eles então que estou melhor e que gostaria de ir junto. Eu tinha muito o que compensar naquela missão. E agora que tinhaa confirmação de que nossos companheiros estavam em segurança com Enzo... Não haveria mais dúvida ou surpresa retardando meu julgamento.
Os minutos se passaram sem que eu percebesse. Assustei-me com a mão de Legit em meu ombro. Senti conforto em seu toque. Pela primeira vez em minha vida eu sentia que tinha, sei lá, um amigo... Um irmão, acho que posso dizer. Um irmão, de fato... Inspiro e expiro lentamente, profundamente. Sim... Que vida. Que vida...
Sento-me na beira da cama. Novamente, inspiro e expiro. Pouso minha mão sobre a de Legit em meu ombro por um momento, apertando-a de leve em agradecimento. Então levanto-me e vou tomar um banho demorado. Gelado, para despertar o corpo e a alma, para limpar as impurezas de ambos. Lavo meu cabelo e esfrego bastante o rosto.
Já que tenho de viver esta vida miserável, será em meus termos, decido em mim, enquanto a água cai em minha cabeça e escorre por meu corpo. Eu estava vivo. Vivo, caralho. Apesar de tudo ainda respirava, andava pela terra, ainda via dias e noites, o céu e o mar... Ainda podia sentir o sabor do café e o trago de um cigarro. Ainda sentia a dor de minhas feridas e o prazer do toque de um amigo. Quantas outras coisas não haveriam para ser descobertas, prazeres e aventuras a serem explorados...? Minha vida me fora dada por três vezes, e eu estava cansado de arrependimentos e dúvidas.
Termino meu banho e volto para a enfermaria. Encontro Legit e encaro-o nos olhos.
Legit, me desculpe. Eu perdi o controle. E por um momento, o juízo... Estava cansado, e sem saber o que fazer com tudo isso, com toda essa situação... Acho que não estava pronto. Não estava preparado para uma missão como esta, para enfrentar inimigos tão complexos e lidar com toda esta pressão de lidar com o desconhecido. Mas agora eu estou bem. Não vou te decepcionar mais uma vez, então... Continue confiando em mim, está bem? Obrigado, irmão.
Por fim, o abraço. E percebo com certa surpresa que estava abraçando alguém pela primeira vez em minha vida.
Afasto-me dele segurando-o pelos braços por um momento e sorrio, sentindo-me mais leve. Forço-me para lembrar do que ele e Jason falava antes... A loja era a manifestação daquela caverna, sim... Ok. Explorar era uma coisa em que eu achava que era bom. Enviar os corvos na frente e compartilhar de sua visão era uma coisa muito útil, e aumentava a nossa segurança ao antecipar perigos por nós.
Digo para eles então que estou melhor e que gostaria de ir junto. Eu tinha muito o que compensar naquela missão. E agora que tinhaa confirmação de que nossos companheiros estavam em segurança com Enzo... Não haveria mais dúvida ou surpresa retardando meu julgamento.