Fui punido pela minha impertinência e estava mais uma vez no chão. Mordi a língua enquanto praguejava internamente contra o monstro que me agredira. Agora tinha de o fazer sofrer, mas primeiro devia desviar-me do ataque eminente. Suava de nervoso mas mantinha os dentes cerrados e os maxilares apertados.

Mais um golpe vertical, iria tentar rolar para o lado, ou pelo menos projetar o meu corpo para o lado. Quando o golpe me falhasse eu iria tentar golpear o monstro com a lança eletrificada no centro do pescoço e voltar a tentar causar mais um choque elétrico no interior do corpo da criatura com [Eletrocinese]. Caso não conseguisse ter tempo de perfurar o pescoço do monstro iria apenas tentar interceptar a alabarda depois de me desviar do seu golpe para a agarrar com as minhas manoplas e causar uma descarga elétrica.

Nível 1 - Eletrocinese: O semideus aprendeu a controlar a maior arma de seu pai, a eletricidade. Ele consegue manipular esse elemento em WIS*1,5. Pode utiliza-lo para eletricifcar armas, causar curtos em equipamentos mortais, eletrocutar monstros, entre outros efeitos. O custo da habilidade varia de 30 a 100 pontos de energia, dependendo da quantidade de eletricidade utilizada pelo semideus, se a criou, entre outros feitos, a cargo do narrador. A habilidade pode ser mantida entre as rodadas, no caso de querer manter um monstro eletrocutado e paralisado, por exemplo, sendo que o custo se manterá entre as rodadas.

|2| Manoplas que fazem qualquer arma que o jogador estiver segurando receber o elemento [Elétrico][Comum] enquanto estiver nas mãos dele caso ativadas. (Mesmo se a arma tiver UP [Heróico] ou maior o elemento adquirido com as luvas será de nível [Comum])

Adam executa sua estratégia com maestria, ele fazia jus a sua progenitora. Em movimentos fluidos e calculados, o rapaz consegue desviar habilmente e cravar a lança no olho da criatura. Duvidando um pouco das próprias capacidades, o garoto ficou surpreso ai sua lança cravando contra o crânio da criatura mais fundo do que ele esperava, fazendo-a explodir em poeira dourada. Ele rapidamente observa os arredores e percebe que Argus está tendo alguma dificuldade.

Por algum motivo o filho de Zeus estava executando seus movimentos de forma estranha e desleixada, jogou o corpo pro lado para evitar um ataque vertical mas quando fora desferir o contra-ataque ele parece não alcançar seu alvo. Ele então segura firmemente na arma da criatura descarregando uma corrente elétrica contra o monstro, que urra enquanto tencionava seus músculos. Num movimento desesperado para enxotar o garoto, o telquine o empurra com a sua cauda para o lado, mas dessa vez não havia tanta força no golpe da criatura. Argus então consegue desarmar a criatura que parecia um tanto aturdida.

Adam percebe que a criatura está atordoada e Argus consegue se recuperar da tontura do golpe recente em sua cabeça.

Num esforço conjunto os garoto perfuram paralelamente o tronco da criatura, Adam as costas, Argus o peito. Sem conseguir resistir a severidade das novas feridas, a criatura vai ao chão numa poeira dourada.

Os meninos seguiram cautelosamente para a forja na montanha, mas para a surpresa deles, ela estava deserta. As armas que estavam sendo confeccionadas não estavam lá. Adam percebe ao longe na outra saída do local, os rastros dos quatro inimigos.

Ambos percebem que as preces de Argus ao seu pai não foram atendidas, pois a nevasca era visível no horizonte, e não demoraria muito para que ela chegasse ao local. A dupla precisaria tomar uma decisão importante para a missão.

A tempestade aproximava-se e os nossos inimigos iriam perder-se nela. Rangi os dentes de raiva. Estava cansado de lutar, mas sentia que se não derrotasse os monstros todos não teria terminado realmente o combate. Apertei os punhos de tal modo que as minhas unhas se cravavam na palma da minha mão. As minhas preces não tinham sido respondidas, a minha própria capacidade de manipulação de tempestades tinha sido perto de inútil e os monstros que tinha sido encarregado de eliminar fugiam para um local perigoso além de ter lutado de maneira cansativa e ter servido mais de isca do que "músculos". Em muito pouco tempo a missão tinha ido toda pelo ralo.

Tentei acalmar-me e olhei para o filho de Atena. Será que valeria a pena arriscar o nosso bem estar para findar uma missão perigosa neste calibre? Precisava analisar a situação com rigorosidade e não entrar de cabeça e deixar-me consumir pelas emoções. Quando fiz tal coisa ao dar ordens a Adam e não comunicando decentemente acabamos numa situação difícil, não me podia dar ao luxo de repetir a proeza com uma nevasca eminente. Mas talvez houvesse tempo? Olhei para os céus que se acinzentavam e tentei avaliar quanto tempo teria antes de começar a cair neve.

- Eu não volto para casa até ver aqueles monstros mortos... Não vou deixar a missão a meio. - Após uma curta pausa para pensar na seriedade da minha próxima afirmação - Eu vou até ao fim.

A minha respiração acelerava e a adrenalina do combate não parecia desaparecer. Em mais uma explosão de vontade olho para cima depois de bater com a ponta de madeira da minha lança no chão, ativando mais uma vez [Comandante Celeste] e esperando atrasar ainda mais a tempestade que se aproximava. Talvez medir quanto tempo conseguiria ganhar com as minhas capacidades de [Meteorologista].

Nível 2 - Meteorologista:Os filhos de Zeus conseguem prever acontecimentos meteorológicos. Por exemplo, as chuvas, mudanças de temperatura, direção e velocidade dos ventos.

Nível 4 - Comandante Celeste: O filho de Zeus ergue a mão ou arma para os céus e convoca o reino de seu pai, podendo desta forma acumular ou dissipar as nuvens, desta forma poderá desde invocar quanto evitar uma tempestade. A velocidade com que tempo responde suas ordens depende do seu nível do personagem e da habilidade Aerocinese, podendo variar desde no mínimo 4 rodadas inteiras até o efeito imediato, esta habilidade consome 30 de Energia, entra em espera por 5 rodadas.

Adam seguia a lógica e queria descer o morro para se abrigar propriamente, afinal de contas ficar preso na forja cercado por uma nevasca por dias, ao contrário da temperatura, não tinham exatamente como arranjarem água e comida facilmente.

Argus por outro lado estava destemido a caçar os inimigos restantes, movido por um senso de dever e sede de batalha. O garoto invoca seus poderes celestes novamente e percebe que consegue desacelerar o inevitável, porém não preveni-lo. Ele tinha uma noção um tanto vaga, dada a distância do fenômeno natural, que em 5 horas a nevasca os atingiria com força total e que levaria pelo menos uma hora para descer o monte do ponto que estavam.
Os ventos estavam progressivamente mais agressivos, mas a proximidade do calor das forjas era o suficiente para aquecer o ambiente o suficiente para que ficassem a vontade mesmo sem seus casacos.